Cidades

Casos de ameaça e violência a professores acontecem todos os dias

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postado em 08/06/2008 08:24

Aos 29 dias de abril de 2008, a professora de português entrou em turma e esta se encontrava bastante agitada, pois os alunos estavam conversando alto. A professora colocou ordem na sala e sentou-se em sua mesa para fazer a chamada. Um aluno do fundo tacou uma pedra que por pouco não a atingiu. A professora chamou a direção, que descobriu o nome do agressor. O aluno em questão é agressivo, não cumpre as tarefas, não tem limites. Já havia dado uma bicuda nas costelas de uma colega. O mesmo foi retirado da sala e saiu xingando a professora de mula manca e vadia, dizendo que não ficaria assim. A professora é portadora de deficiência física. Saiu chorando, pois se encontrava nervosa e abalada.

O relato assusta. Parece ter saído das páginas de uma ocorrência policial. Mas a reprodução acima é da ata de uma das 620 escolas públicas do Distrito Federal. O livro grosso e de capa colorida, preenchido diariamente por diretores e professores, documenta os problemas no ambiente escolar. Dá detalhes dos conflitos entre aluno e mestre. E reforça uma estimativa alarmante na capital do país: casos de violência, ameaça e agressão física dentro de sala de aula ocorrem todos os dias nos centros de ensino brasilienses, segundo estimativa do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF).

Durante três dias, o Correio visitou 10 escolas públicas em Taguatinga, Ceilândia e Samambaia. Ouviu todas as histórias de educadores acuados pelos próprios estudantes, independentemente do turno das aulas. São profissionais no limite do estresse. Homens e mulheres humilhados, sem estímulo e desiludidos com a profissão. Boa parte pensa em largar a sala de aula. Admite, com emoção, que não tem mais condições de fazer o que gosta. ;Não agüento mais. Estou decepcionada. Vou pedir a minha aposentadoria e nunca mais voltar aqui;, disse uma educadora de Ceilândia, de 56 anos.

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