postado em 10/06/2008 10:27
Integrantes do Movimento Educacionista e professores da rede pública de ensino do Distrito Federal querem a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na Câmara Legislativa, para investigar a violência nas escolas. Um abaixo-assinado foi lançado nesta terça-feira (10/06), no auditório do Centro de Ensino Médio 3 (CEM 3) de Ceilândia, onde os educadores estão reunidos em mais um ato para debater casos de ameaças e agressões física por parte de alunos.
Os debates sobre os conflitos entre mestres e alunos nos colégios públicos se intensificaram nas duas últimas semanas, depois que o professor de História Valério Mariano, de 41 anos, foi barbaramente espancado por um ex-aluno e dois comparsas, no dia 29 de maio, o que o levou a largar o magistério. Ele trabalhava no Centro de Ensino Fundamental nº 4 (CEF 4), também em Ceilândia. Na última sexta-feira (06/06), professores, pais, alunos e moradores da região deram um abraço simbólico no CEF 4, como forma de pedir paz. Cerca de 600 pessoas estiveram participaram do evento.
Segundo informações do Sindicatro dos Professores (Sinpro), apenas na última quarta-feria (04/06) dez educadores registraram queixa por agressões. No Paranoá, seis deles foram assaltados no momento em que deixavam as dependências do CEF 01 do Itapoã. O caso que mais chamou a atenção aconteceu na Escola Classe 41, de Taguatinga, onde uma professora foi agredida por um estudante de 13 anos porque ter cobrado a lição de casa. O adolescente se irritou, jogou os livros no chão e imprensou o braço da educadora na porta.
Os números assustam. De acordo com a Delegacia da Criança e do Adolescente em Ceilândia, por semana são registrados, em média, seis agressões e ameaças contra os docentes. Dados do Batalhão Escolar confirmam que a violência avança no interior dos muros das instituições de ensino. Só nos últimos dois anos e meio foram 70 ocorrências policiais.