Cidades

Rapaz é mantido em cárcere privado por cabeleireiros

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postado em 13/06/2008 17:55
José Francisco mostra as marcas da tortura que sofreu Um rapaz de 20 anos foi mantido em cárcere privado por mais de 24 horas no ;Salão de Beleza do Manu;, na cidade do Gama, que fica a 30 quilômetros de Brasília. José Francisco Lemos Júnior, de 20 anos, acusa seis cabeleireiros de tortura, além de mantê-lo preso. Na manhã desta sexta-feira (13/06) Francisco conseguiu fugir e pediu a ajuda de policiais militares do 9º Batalhão de polícia Militar. Segundo o rapaz, o dono do salão, Manuel João dos Santos Filho, 24 anos e os cinco companheiros o acusaram de ter furtado dois aparelhos de telefone celular. Francisco nega o furto. Ele contou que teve o pescoço amarrado com um fio de televisão, o rosto ferido com um garfo que teria sido esquentado no fogo e ainda teria levado pancadas nas costas com cabo de vassoura e chutes pelo corpo. Além disso, os agressores teriam jogado acetona e álcool no seu corpo. Ele fez exame de corpo de delito nesta tarde, no Instituto Médico Legal. O caso está sendo investigado pelo delegado Francisco Duarte Martins, da 20ª Delegacia de Polícia (Gama). Segundo o delegado, os seis cabeleireiros são homossexuais e contrataram Francisco como asistente. Além de Manuel, Rogério Pereira Mitroviticho, 26 anos, Fábio Teixeira Lacerda , 19 anos, Fabrício Matos Ribeiro Cláudio, 21 anos, Diego Marques de Souza , 20 anos e Edivânio Soares da Silva, 21 anos, foram presos e prestam depoimento neste momento. Eles confirmaram o cárcere privado, mas negaram a tortura. Os cabeleireiros moram juntos na mesma casa onde funciona o salão de beleza, que foi fechado. Francisco confirmou que trabalhava como asistente e que dormia na sala da casa. A mãe do rapaz chegou a procurá-lo no salão, mas não o encontrou. O rapaz disse que não gritou ;com medo de ser morto;, pois segundo ele, os cabeleireiros também o ameaçaram de morte. De acordo com o delegado, os agressores ficarão presos na Coordenação de Polícia especializada e em seguida deverão ser encaminhados ao centro de Detenção Porvisória, na Papuda. A pena para o crime de cárcere privado varia de um a três anos e de tortura, de dois a oito anos.

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