postado em 15/06/2008 15:34
As festividades juninas são geralmente acompanhadas de um perigo constante: os fogos de artifício. A recomendação principal é que os fogos sejam dispensados nas comemorações e datas festivas. ;Se for muito necessário, é preciso que sejam cumpridas as regras à risca, caso contrário as conseqüências são sérias;, explica o chefe da comunicação social do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Maciel Nogueira. O chefe do Centro de Tratamento de Alta Complexidade aos Pacientes Queimados do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), doutor Mário Fratini, tem a mesma opinião: ;Caso as pessoas queiram utilizar fogos, eles precisam usar de acordo com a faixa etária e segundo as instruções do produto;.
A utilização é tão perigosa que o doutor Fratini verifica um aumento considerável dos casos de queimaduras durante os meses de junho a setembro. ;Nem todos os casos de acidentes com fogos dão entrada na unidade de queimados, porém há um crescimento de 60% das internações totais;, acrescenta o médico.
A Defesa Civil tem uma cartilha pronta para épocas do ano que os fogos são utilizados com freqüência, como as festas de fim de ano ou as festas juninas. Nela há regras básicas para a utilização desse produto. A primeira é que os pais devem ficar atentos. Eles não podem permitir que crianças adquiram os fogos de artifício. ;Na verdade, o mercado é regulado por lei que menores de 18 anos não podem comprar o produto, mas existem estabelecimentos sem o registro do Departamento de Armas, Munição e Explosão da Polícia Civil (DAME), mas mesmo assim os pais devem ficar atentos;, enfatiza o tenente-coronel bombeiro Ronaldo Wandervam da Costa Fernandes, gerente de Produtos Perigosos da Defesa Civil.
Fernandes lembra aos usuários que a maioria das pessoas não sabe ao certo como fazer o lançamento dos rojões, que causam grandes explosões. Portanto ele orienta a todos que procurem por uma pessoa que possa dar orientações específicas sobre o lançamento. ;Apesar da fiscalização da Polícia Civil e da Defesa Civil, ainda existem lojas de fogos que vendem produtos de fundo de quintal e são esses que podem causar os maiores acidentes;, ressalta.
A unidade comandada pelo doutor Fratini é a única especializada em queimados de hospital público da Região Centro-Oeste. Há casos de mutilação e queimaduras causados por explosão indevida de fogos são tratados e também queimaduras com líquidos quentes e inflamáveis, choques, produtos químicos, incêndios, batidas de carro, entre outros. ;A maior incidência é de casos com crianças até cinco anos que se queimam com líquidos quentes. Normalmente, quando os pais estão cozinhando;, relata. ;Em relação aos acidentes com fogos, a grande maioria é de homens jovens na fase dos 20 a 30 anos de idade. As principais conseqüências são a mutilação de dedos ou da mão, cegueira e surdez;, observa o médico. ;Do total de internações que recebemos em todos os casos, há óbitos em 5% deles;, finalizou.
Como proceder
No caso de queimaduras, a primeira previdência é chamar os bombeiros pelo telefone 193, que vão encaminhar o paciente à unidade mais próxima para o tratamento emergencial. É necessário não mexer muito no local para não provocar o agravamento do machucado. ;A indicação é que a pessoa não tome nenhum remédio e nem envolva o ferimento com panos, porque eles podem estar sujos. Se possível, não lavar o local e esperar os bombeiros. Eles estarão capacitados para os primeiros socorros;, alerta o tenente-coronel Maciel Nogueira.
Conheça as regras básicas para utilização dos fogos
- Não solte fogos próximos de pessoas, residências ou fios de eletricidade e mantenha-se a 20 metros de pessoas;
- Nunca tente reutilizar os fogos que tenham falhado, caso haja a falha coloque o produto dentro da água para garantir que ele é inutilizável;
- Nunca faça experiência, modifique ou tente fazer seus próprios fogos;
- A combinação fogos-de-artifício mais álcool é uma combinação literalmente bombástica. Quem está sob efeito de bebidas alcoólicas não tem a perícia suficiente para acender um explosivo;
- Nunca transporte os fogos dentro de bolsos ou bolsas. É possível que eles acendam e causem uma explosão acidental.