postado em 17/06/2008 08:01
Os estacionamentos do Distrito Federal terão parquímetros. O equipamento funciona com o uso de moedas. O usuário deposita o valor correspondente ao período de ocupação da vaga e, em troca, recebe um comprovante que deve ser colocado no painel do carro. Na prática, é a volta do estacionamento rotativo. Trata-se de uma das medidas anunciadas pelo secretário de Transportes, Alberto Fraga, para inibir a atuação dos flanelinhas. Na edição de ontem, o Correio denunciou a privatização dos estacionamentos públicos por parte dos guardadores de carro. Eles cobram até R$ 60 por mês para garantir vagas aos condutores.
O estudo técnico sobre os parquímetros será concluído em 10 dias e apontará quantos e onde os equipamentos serão colocados. Além disso, Fraga espera receber dados da prefeitura de Aracaju (SE), onde o sistema já existe. ;Quando tiver o parquímetro, a figura do flanelinha desaparece. E se tem gente pagando R$ 60 por mês, não vai se importar em pagar determinado valor pela vaga rotativa;, afirmou o secretário. Também deve ser concluído em 10 dias um parecer da Procuradoria-Geral do DF sobre como a medida será colocada em prática: se por meio de projeto de lei ou decreto.
O diretor-geral do Departamento de Trânsito (Detran-DF), Jair Tedeschi, nega a privatização do espaço público. ;É o usuário que se sente à vontade para colocar o carro na mão de flanelinha;, comentou. Questionado sobre as intimidações sofridas por condutores, Tedeschi completou: ;É um caso de segurança pública. Ele deve ir à delegacia e registrar queixa;.
Omissão
Quem trabalha nas áreas dominadas pelos guardadores de carro não pensa assim. ;A omissão do estado faz a gente virar refém desses flanelinhas. Passei tantos apuros que decidi pagar;, destacou uma servidora pública de 38 anos, que pede anonimato por temer represálias. O secretário de Segurança Pública, Cândido Vargas, informou por meio da assessoria que só comentará o caso após receber relatório da Polícia Civil sobre as ocorrências envolvendo os guardadores.
A presidente da OAB-DF, Estefânia Viveiros, acredita que os abusos dos flanelinhas só acabarão quando o estado assumir o controle da situação. ;O que temos hoje é um absurdo. A cobrança é totalmente ilegal. Cabe ao Detran ou a Segurança Pública cuidar para que isso não ocorra;, afirmou. Segundo estimativas da Associação dos Flanelinhas do DF e Entorno, existem mais de 8 mil flanelinhas no DF.
Em um ano e meio ; de 1º de janeiro de 2007 a 13 de junho deste ano ;, apenas 18 guardadores pediram o registro na Superintendência Regional do Trabalho, o que é obrigatório. ;Tem uma parte da população que repudia o serviço. Se ele está registrado, terá um documento que o diferencia dos demais;, explicou o superintendente regional do Trabalho e Emprego no DF, Antilhon Saraiva.