postado em 19/06/2008 17:27
Depois de negociações frustradas com a Fundação Nacional do Índio (Funai), a Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) só deverá entrar com uma representação no Ministério Público na semana próxima semana. Essa é a decisão dos dois advogados que cuidam do projeto e dos promotores do Distrito Federal. Segundo a assessoria do órgão, a Terracap continua aberta às negociações.
O impasse sobre os 825 hectares do novo bairro, o Noroeste, começou quando 27 índios, que atualmente ocupam a área, decidiram lutar pelo espaço na Justiça. Contudo, os habitantes de somente 10 hectares do terreno que pertence a Terracap, ou seja é uma terra pública, são considerados invasores. Se a Justiça não decidir pela demarcação de uma área de proteção à essa comunidade, eles terão que sair de lá o quanto antes. A própria Terracap ofereceu um terreno de oito hectares que fica no Recanto das Emas para abrigar os indígenas, contudo eles não aceitaram o acordo e continuam a briga.
Defesa
A defesa dos índios tentará provar que o terreno ocupado pode ser classificado como reserva indígena. O principal argumento é que o grupo tem uma forte ligação espiritual com a área e uma mudança seria inadimissível, afinal de contas, é naquele terreno que seus ancestrais estão enterrados. A Justiça pode determinar uma demarcação do terreno como reserva indígena ou a retirada do grupo. Este deve ser o último passo antes do lançamento oficial do novo setor no Distrito Federal.