Cidades

Enterro de oficial de justiça assassinada será às 16h

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postado em 25/06/2008 12:11

Será sepultado, às 16h desta quarta-feira (25/06), no Campo da Esperança - Asa Sul, o corpo da oficial de justiça Diana Soares Ribeiro da Silva, 43 anos. O velório vai ser realizado na capela 7 do cemitério. Desaparecida desde a última sexta-feira, ela foi encontrada morta, com um tiro na cabeça e outro na nuca, no fim da tarde de ontem em um matagal da área rural de Padre Bernardo, na divisa de Goiás com Distrito Federal. O local foi apontado por Francisco Carlos dos Santos, 27 anos, que fonfessou o crime. Ouça entrevista com delegado Yuri Fernandes: O acusado disse a policiais da 27; Delegacia de Polícia (Recanto das Emas) que executou o crime a pedido da própria vítima. Francisco revelou que mantinha um relacionamento com Diana há dois anos e que ela sofria de depressão e dizia que iria se matar. Os dois teriam se conhecido quando Diana foi entregar uma intimação a ele. Na casa dele, a polícia encontrou várias fotos de Diana. O acusado disse, ainda, que aceitou matar a namorada após receber US$ 1,6 mil (cerca de R$ 2,8 mil) em espécie.

Morador do Recanto das Emas e já Francisco foi condenado pela Justiça por estelionato e receptação de produtos roubados. Cumpria pena no regime aberto e trabalhava como lanterneiro no Centro de Desenvolvimento Social (CDS) do Recanto, onde foi preso por volta das 14h de ontem, após denúncia anônima. Na delegacia da cidade, ele confessou ter matado Diana. Se condenado, Francisco pode pegar de 12 a 30 anos de prisão por homicídio qualificado, três anos por ocultação de cadáver e mais três por porte de arma. Francisco dos Santos contou aos policiais e aos jornalistas, no local da execução, que atirou em Diana a pedido dela. A oficial de Justiça, segundo o acusado, sofria de depressão e falava em se matar. Como não tinha coragem de tirar a própria vida, teria implorado para o lanterneiro matá-la. Ele afirmou que namorava a servidora do TRF havia dois anos. Conheceram-se quando ela lhe entregou uma intimação, na invasão da Estrutural, onde Francisco morava antes de ser condenado e preso. Na atual residência dele, no Recanto, policiais civis encontram várias fotografias da vítima. Segundo o delegado-chefe substituto da 27ª DP, Yuri Pereira Fernandes, algumas das imagens retratavam Diana sorridente na casa do acusado. O homem disse ainda que aceitou matar a suposta namorada após receber US$ 1,6 mil (cerca de R$ 2,8 mil) em espécie dela. Os investigadores constataram um depósito de R$ 900 na conta de Francisco, feito pelo próprio, na semana passada. Na carteira dele, havia R$ 350. O detento ganhava até R$ 400 pela lanternagem de carros no CDS ; o valor variava de acordo com a quantidade de serviço. Ainda segundo o preso, ele e Diana se encontraram na tarde de sexta-feira e passaram a noite juntos, na casa dele. Na manhã de sábado, Francisco a levou para ser morta no matagal, 3km após a divisa do DF com Goiás. Usou um revólver calibre .38 na execução. A polícia apreendeu a arma na oficina do CDS. Fogo no carro O acusado relatou também que ficou com o carro da vítima até a manhã de segunda-feira. Decidiu queimar o Meriva e abandoná-lo na área rural do Gama para se livrar de provas do crime. O veículo acabou encontrado por policiais federais na tarde de segunda-feira. Por fim, Francisco afirmou estar arrependido. ;Eu me arrependo do que fiz porque matei uma pessoa que sempre me fez bem. Não fiz pela profissão dela. Fiz isso porque ela pediu muito;, ressaltou. Todas as peças de roupa encontradas no corpo de Diana eram da cor preta. Para os investigadores da 27; DP, a versão de Francisco faz sentido, diante da constatação dos depósitos bancários e das fotografias encontradas na casa dele. ;A história, apesar de parecer fantasiosa, tem lógica. Mas vamos apurar para ver realmente se o dinheiro recebido por ele foi dado pela vítima;, comentou o delegado Fernandes. Se condenado, o acusado pode pegar de 12 a 30 anos de prisão por homicídio qualificado, um a três anos por ocultação de cadáver e mais um a três anos por porte ilegal de arma. Celulares desligados Familiares de Diana Soares haviam registrado a ocorrência de desaparecimento na 3; Delegacia de Polícia (Cruzeiro), na sexta-feira à noite. Logo em seguida, uma amiga da oficial de Justiça fez outro boletim na mesma DP. Colega de trabalho da servidora, ela estava preocupada com o fato de Diana não ter voltado ao TRF naquele dia. Os dois telefones celulares que Diana carregava estavam desligados desde a tarde. Como ela sumiu em serviço, o caso passou para a Superintendência da PF em Brasília, onde era mantido sob sigilo. O Meriva de placa JGK 7701-DF, usado pela oficial de Justiça, estava na área de atuação da servidora. Ela entregava mandados no Gama, em Santa Maria, Novo Gama (GO) e Valparaíso (GO). Isso reforçou a hipótese de Diana Soares ter sido vítima de um bandido durante o trabalho. Mas, segundo os colegas do TRF, ela costumava usar um Astra para distribuir as ordens judiciais. Assim como os demais oficiais do tribunal, Diana entregava notificações e intimações de todo tipo ; criminal, cível, fiscal. Peritos da Polícia Federal passaram o dia de ontem à procura de pistas no Meriva. No fim da noite, um delegado da PF foi ao Instituto de Medicina Legal (IML) da Polícia Civil, no Parque da Cidade. Entrou e saiu sem dar entrevista. O corpo de Diana chegou ao local por volta das 21h30. Até as 22h30, nenhum familiar da vítima havia aparecido no IML. Ao longo do dia, os parentes, que moram nas asas Sul e Norte, evitaram a imprensa. Diana deixou uma filha de 16 anos, fruto de um casamento encerrado há mais de três anos.

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