Cidades

Memória - O Caso Galdino

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postado em 27/06/2008 11:40

A morte da índia Xavante, de 16 anos, nesta quarta-feira (25/06) no Hospital Universitário de Brasília (HUB) após ter sido vítima de violência sexual, fez lembrar o caso do índio José Galdino dos Santos. Ele foi queimado vivo por um grupo de jovens, em abril de 1997, enquanto dormia, em frente a uma parada de ônibus na W3 Sul.

De acordo com a médica do HUB Elza Noronha, que atendeu a índia, Jaiya Pewewiio Tfiruipi Xavante sofreu empalamento, ou seja, teve o órgão genital perfurado por um objeto pontiagudo.

Em depoimento à Polícia Federal, a enfermeira Kênia Gomes de Matos disse que as informações da mãe eram de que a menina estava menstruada e sangrava há uma semana. Pela manhã, teria apalpado o abdomen da jovem e decidido levá-la para o hospital.

O caso foi comparado pelo diretor de Assistência da Fundação Nacional do Índio (Funai), Aloysio Guapindaia, ao do assassinato do índio Galdino Jesus dos Santos. Os condenados pela morte do índio Ataxó, Antônio Novely Cardoso de Vilanova, Eron Chaves de Oliveira, Max Rogério Alves, Tomás de Oliveira, foram sentenciados a 14 anos de prisão, mas estão livres desde o fim de 2004.

Cronologia do Caso Galdino

20 de abril de 1997
O índio Pataxó Galdino José dos Santos é queimado vivo durante a madrugada, no ponto de ônibus da 703/4 Sul. Antônio Novely Cardoso de Vilanova, Eron Chaves de Oliveira, Max Rogério Alves, Tomás de Oliveira e um menor de idade jogaram álcool sobre o corpo da vítima, que estava dormindo, e usaram fósforos para atear fogo. Eles foram detidos no mesmo dia.



21 de abril de 1997

Com 95% do corpo queimado, Galdino morre. Os autores do crime alegam que a intenção era fazer ;uma brincadeira;.

22 de abril de 1997
Sob protestos do povo Pataxó, o indígena é enterrado em Pau Brasil (BA), sua terra natal.

28 de abril de 1997
A juíza Leila Coury pede a prisão preventiva dos jovens.

12 de setembro de 1997
O menor de idade, irmão de Tomás, é libertado.

11 de novembro de 2001
Os quatro acusados maiores de idade são condenados a 14 anos de prisão. O crime foi tipificado como homicídio doloso. A defesa tentara emplacar a tese de lesão corporal seguida de morte.

23 de novembro de 2004
Sete anos depois do assassinato, Tomás e Eron conquistam liberdade condicional.

21 de dezembro de 2004
Max e Antônio recebem o mesmo benefício e também deixam a prisão.

Max Rogério AlvesAntônio Novely VilanovaEron Chaves OliveiraTomás Oliveira de Almeida

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