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Bombeiro que matou ex-namorada ficará detido no quartel

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Da clínica para a cadeia. A Justiça decretou ontem à noite a prisão preventiva do cabo Antônio Glauber Evaristo Melo, 41 anos. O assassino confesso da professora Josiene Azevedo de Carvalho Pimentel, 35, deve ser transferido para uma cela de um quartel do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), conforme determina a lei uma vez que ele ainda pertence à corporação. Antônio Glauber estava internado numa unidade médica conveniada com o CBMDF, onde foi submetido a exames psicológicos e físicos. Além disso, o cabo Antônio Glauber será denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) por homicídio duplamente qualificado ; por não dar chance de defesa à vítima e apresentar motivo torpe ; e já deverá depor em 4 de julho. ;Entendi que era caso de vingança, porque, todas as vezes em que ela rompia o namoro, ele a ameaçava;, argumentou o promotor Andrelino Bento, da Promotoria do Tribunal do Júri de Brasília. Bento também denunciará o bombeiro por porte ilegal de arma. Apesar de possuir liberação da Justiça para andar armado, o revólver calibre .38 usado no crime não pertencia a Antônio Glauber. ;A arma está em nome de um bombeiro reformado. Em virtude disso, trata-se de porte ilegal;, afirmou o promotor. As penas para os dois crimes podem somar até 30 anos de prisão. O delegado-chefe da 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro), Aluízio de Carvalho, argumentou no processo que o ;acusado apresenta alto grau de periculosidade demonstrado no depoimento que ele prestou na delegacia na madrugada de quinta-feira;. Antônio Glauber descreveu com riqueza de detalhes a forma como matou a ex-namorada (veja arte). Na última quarta-feira, dia em ocorreu o crime, ele a levou para jantar por volta das 19h. Depois, voltou para a casa dele, na Quadra 7 da Área Octogonal Sul (AOS). O casal chegou ao estacionamento em frente ao prédio onde Josiane morava por volta das 23h e ficou no carro de Antônio Glauber ; o Golf JFS 2245-DF. Após ouvir mais uma negativa sobre uma possível volta do namoro, ele pegou a arma embaixo do banco do motorista e atirou na mulher. A vítima morreu na hora. Desesperado, o bombeiro se dirigiu à 3ª DP (Cruzeiro). No carro, os policiais encontraram o corpo e arma usada no crime, um revólver calibre .38. Como apresentou-se espontaneamente, o homicida confesso acabou liberado. Mas a própria corporação resolveu detê-lo. Expulsão O cabo Antônio Glauber não será julgado apenas pela Justiça comum, mas também por um Conselho de Disciplina do CBMDF. O acusado corre o risco de expulsão por ter ferido a ética do bombeiro militar. Se isso ocorrer, o militar irá para uma cela especial no Complexo Penitenciário da Papuda reservada para ex-militares. Integrarão o conselho três oficiais a serem designados pelo comandante-geral do CBMDF, coronel Sérgio Fernando Pedroso Aboud. O trio terá até 60 dias para dar o veredicto. A família de Josiene esteve ontem à tarde no Instituto de Criminalística da Polícia Civil e recolheu alguns pertences da vítima, entre os quais o aparelho celular. A polícia vai tentar recuperar algumas mensagens de ameaça enviadas pelo acusado. ;No dia do crime, ele apagou todas elas. Por isso, acho que o crime foi premeditado;, disse o irmão mais novo de Josiene, Daniel de Carvalho, 28, acompanho da mulher, Janaína, e do tio Romero. Josiene era sobrinha do deputado federal Augusto Carvalho PPS-DF). Ela deixou um casal de filhos pequenos, de um relacionamento anterior. As declarações de um rapaz que se identificou como filho mais velho de Antônio Glauber foram recebidas com indignação pelos familiares de Josiene. Edgard Rocha Melo, 18, afirmou ao delegado da 3ª DP que Antônio Glauber lhe teria dito que a gota d;água foi uma mensagem que a ex-namorada recebeu de um homem em seu celular. ;Eu nunca ouvi falar desse tal de Edgard;, estanhou Daniel. A família de Josiene sabia apenas que o bombeiro tinha dois filhos. Leia mais no Correio Braziliense deste sábado.