postado em 01/07/2008 08:09
Qual é o objetivo da revista?
Levar aos jovens a pensar os problemas do país e da América Latina, evitando assim o profissional apenas voltado para sua especialização.
O que a arquitetura lhe deu de mais precioso?
Não sei. É com maior empenho que me dedico a qualquer projeto. E quando a solução adotada representa qualquer coisa de novo e criativo, é com empenho que procuro vê-la realizada.
Qual o lugar de Brasília na história da arquitetura e do
urbanismo de todos os tempos?
Foi uma aventura. Um momento de otimismo, que recordo com muita satisfação. Afinal, não é fácil fazer uma cidade em cinco anos.
O Palácio da Alvorada ficou pronto há 50 anos. É verdade que o senhor fez um esboço inicial, do qual o então presidente Juscelino Kubitschek não gostou?
Nunca quis falar nisso. Era com entusiasmo repetido que ele acompanhava todos os nossos projetos.
Que lugar o Alvorada tem no conjunto de suas obras?
Me agrada a solução adotada. Um palácio diferente. E ser diferente é, para mim, um dos aspectos principais da arquitetura.
O senhor acha que o projeto original da capital continua sendo respeitado?
Quando Lucio desenhou o Plano Piloto, ele sabia que Brasília seria a nova capital. E isso explica o grande eixo, que deu a Brasília a monumentalidade desejada. É difícil fazer uma cidade evitando as modificações que surgem durante a sua construção. Nas cidades modernas, o essencial é mantê-las dentro da densidade demográfica fixada. Devem ser multiplicáveis. E isso numa capital é impossível realizar. Olho Brasília com o entusiasmo dos que a acompanharam desde o início das obras. Foi uma cidade difícil de construir, longe de tudo, isolada naquela área distante e abandonada. E isso merece ser compreendido e respeitado.
Qual o seu projeto que melhor representa Brasília?
O Congresso Nacional. Lembro Le Corbusier, ao ver com surpresa as cúpulas do Congresso, me dizer: ;Aqui há invenção;.