postado em 10/07/2008 08:45
O tormento de motoristas e pedestres que enfrentam congestionamentos, buracos, poeira e a escuridão na BR-450, a Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia), vai durar alguns meses. As obras estão paradas desde abril em pouco mais da metade dos 15,6km onde as intervenções começaram a ser feitas. Na outra parte, que vai do Viaduto Ayrton Senna ao Viaduto do Guará, o trânsito fica estrangulado nos pontos onde ainda há homens e máquinas na pista. No sentido Sul (Sobradinho;Candangolândia), o serviço está mais adiantado, apenas 2km da via ainda aguardam o término da terceira faixa. No sentido contrário, 4km da ampliação passam por terraplanagem. Mas o governo local afirma que, em 30 de setembro, toda a extensão entre os dois viadutos estará pronta, com dupla camada de asfalto, meios-fios e sinalização.
Quem transita entre o Viaduto Ayrton Senna e o Balão do Torto precisará de mais paciência. As obras nesse trecho de quase 9km foram interrompidas por falta de verbas que deveriam ser liberadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. ;Os recursos do PAC serão liberados ainda este mês e, com isso, vamos recomeçar as obras em agosto. O governador Arruda esteve com o presidente Lula no mês passado e isso foi confirmado;, revelou o diretor do Departamento de Estradas de Rodagem do DF (DER), Luiz Carlos Tanesini. Prazo para o término das intervenções nessa área ainda não há.
A obra completa ; nos 15,6km de rodovia (nos dois sentidos) ; está orçada em R$ 63 milhões. Do total, a maioria virá do PAC. A contrapartida de 10% do GDF (R$ 6,3 milhões) já foi liberada e usada. Por meio de emenda parlamentar de deputados federais do DF, o DER recebeu R$ 15 milhões.
Em função disso, apenas a ampliação entre os viadutos Ayrton Senna e do Guará está em andamento. A outra parte da Epia ficou abandonada e esburacada, já que foram abertos no canteiro central os espaços destinados à terceira faixa. A placa da Borracharia do Galego está na beira da rodovia, no Setor de Oficinas Norte, para atrair clientes. ;Mas não tem jeito. Desde que começaram a mexer no asfalto meus fregueses desapareceram;, lamentou o proprietário Francisco Fernando Neto, 28 anos. Segundo ele, os motoristas evitam a pista com receio das ondulações e buracos nos acostamentos.
Na Menezes Off Road, vizinha à borracharia, a situação se repete. ;O movimento em todo o setor de oficinas diminuiu desde o início do ano. Na nossa loja, caiu 40%. Os clientes reclamam que até para chegar aqui está difícil por causa das reformas;, contou o gerente da mecânica, Marcelo Villar, 45. O diretor do DER garante que, com a liberação dos R$ 41,7 milhões do PAC, o martírio acabará.
Trânsito
Para a execução do serviço, a estrada foi divida em cinco trechos. Os que recebem as máquinas (veja arte) estão quase prontos, mas continuam incomodando motoristas e pedestres. Do Viaduto Ayrton Senna ao Makro, sentido Candangolândia, 1km está em fase de conclusão. No entanto, é onde condutores de ônibus, caminhões e carros encontram dificuldade para transitar.
Do Shopping CasaPark ao Viaduto do Guará, também resta 1km a ser finalizado. As máquinas competem com os veículos e com os passageiros que aguardam a chegada do ônibus. Em toda a extensão, porém, duas faixas estão liberadas.
No sentido contrário, nos 4km entre a Novacap e o Viaduto Ayrton Senna, a terceira faixa passa por terraplanagem e a poeira toma conta do lugar. Até 25 de agosto, a área receberá a primeira capa de asfalto.
;Passamos por dificuldades, mas sabemos que a melhoria é para a nossa cidade. Posso me sacrificar um pouco por isso. Tenho que acreditar que dará certo;, disse a comerciante Jovita da Silva, 37, referindo-se ao fato de esperar pelo ônibus, no meio da terceira faixa inacabada, debaixo do sol.