postado em 13/07/2008 12:33
Uma cidade estarrecida. O domingo na mineira Unaí, distante 180 km de Brasília, foi de luto e de despedida. A cidade de 81 mil habitantes parou. Pelo menos 10 mil pessoas passaram pelo velório e assistiram ao eterro da família Ribeiro da Costa, brutalmente assassinada na madrugada deste sábado (12/07). Os corpos de Valdeci Ribeiro dos Santos, 49, da mulher dele, Maria Conceição da Costa, 39, e das duas filhas do casal Samara, 19 e Amanda, 10, foram sepultados às 12h.
Para controlar a multidão que tentava acompanhar o cortejo os policiais tiveram que fechar o portão do cemitério. A ação causou confusão e muitos dos curiosos e moradores da cidade pularam o muro para assistir aos enterros.
Crime
A polícia aponta o empacotador Fernando Ribeiro da Costa ; filho e irmão das vítimas ; como o autor da chacina. Ele matou a família com golpes de canivete. Foram 18 golpes no pai, 12 na mãe, 8 na irmã mais velha, Samara, e 7 na caçula da família, Amanda de 10 anos.
Primeiro à polícia ele alegou legítima defesa. Segundo o rapaz, que não tinha antecedentes criminais, o pai estava bêbado e o agrediu. Depois o rapaz alegou que brigou com a irmã mais velha por causa de uma luz acesa e na hora que o pai entrou na discussão ele matou o pai. A polícia alegou que nenhuma das duas versões fazem sentido.
O rapaz continua preso na delegacia local e segundo familiares tem sofrido ameaça de morte de outros presos. De acordo com a família Fernando divide a cela com outros 23 assassinos. Mesmo com a denúncia de ameaças o delegado que cuida do caso descartou a transferência do rapaz.
Comoção no velório
Pelo menos 30 policiais militares acompanharam o velório. Por volta das 11h, houve princípio de tumulto. Chegava o momento de fechar os caixões e uma multidão ainda esperava para ver os corpos. Alguns tentaram forçar a entrada. A Polícia Militar interveio e organizou a fila.
Entre os familiares, o mais abalado era Darlan, 25 anos, filho mais velho de Maria Francisca, fruto do primeiro relacionamento dela, mas que foi criado desde pequeno por Valdeci. Durante todo tempo ele era amparado por cinco pessoas e chorava muito. Os familiares não permitiram a aproximação da imprensa. Darlan é casado. O Correio tentou falar com a mulher dele, mas ela também não quis comentar a tragédia.
O cortejo saiu por volta das 11h40 com destino ao cemitério São João Batista. Cerca de 500 moradores acompanharam a cena das calçadas e janelas das casas. Durante a passagem dos corpos, comerciantes baixavam as portas em sinal de luto. No trajeto de 1,5 km entre o colégio e o cemitério, cerca de 30 carros seguiram os caixões. As pessoas rezavam o terço e cantavam músicas religiosas.