postado em 15/07/2008 17:14
Brasília perdeu nesta segunda-feira (14/07) Norton Guimarães, 57 anos, um dos principais representantes da resistência política no período da ditadura militar. Ele morreu após uma colisão entre a que moto que dirigia e um carro, na Avenida Parque na cidade de Águas Claras. O acidente ocorreu por volta das 17h30 e ele veio a óbito no local cerca de meia hora depois, à espera de socorro. O caso foi encaminhado para a 21ª DP, que vai esperar o resulato da perícia para dar mais informações.
O corpo começou a ser velado às 16h, no cemitério Campo da Esperança, onde está previsto um ato ecumênico para as 17h. Um grupo de motociclistas amigos de Norton preparou um homengem, com concentração no estacionamento em frente ao Templo da Boa Vontade, para chegarem juntos para o sepultamento. O corpo será enterrado às 18h.
Norton era irmão de Honestino Guimarães, líder estudantil da UnB e presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) desaparecido em outubro de 1973. Não se ligou a nenhum partido político, mas circulava pelas correntes de esquerda. No final de 1969, ingressou no curso de Geologia da universidade. Perseguido pela polícia, ele teve que abandonar a faculdade e somente em 1978 conseguiu concluir o curso.
Por causa do regime militar, Norton foi preso e torturado mesmo sem, segundo ele, nunca ter tido ligação com o movimento estudantil ou político. Perdeu três empregos públicos nos anos 1970. Seu maior crime, ele dizia, era ser irmão de um dos personagens políticos mais atuantes de Brasília.
Na década de 1960, Honestino Guimarães foi perseguido, torturado, preso e acusado pelos governos Castello Branco, Costa e Silva e Médici de ser comunista. A última vez que Norton esteve com o irmão foi em 1973. Em um rápido encontro, tentou entregar a Honestino um passaporte falso. O ex-líder estudantil recusou.