Cidades

Detran anuncia mais rigor no combate a irregularidades

Jair Tedeschi considera insatisfatórios os índices de queda de mortes após um mês de lei seca e anuncia fiscalização mais rigorosa contra o excesso de velocidade e não uso do cinto de segurança, além de nova campanha com foco nos motociclistas

postado em 22/07/2008 08:51
Uma nova campanha do Departamento Nacional de Trânsito será lançada na próxima semana, com o objetivo de reduzir o número de acidentes envolvendo motos. "Motorista e motociclista têm que conviver no mesmo espaço, disse o diretor-geral do órgão, Jair Tedeschi. O anúncio foi feito ontem, segunda-feira (21/07), duratne a apresentação dos do balanço oficial que comparou os 30 dias anteriores com os 30 posteriores à lei seca. Tedeschi considerou a redução de 6% no total de mortes e de 20,5% no de acidentes fatais insatisfatória e disse informou que a fiscalização ficará ainda mais rigorosa. Controlar apenas a ingestão de bebidas alcoólicas por motoristas não é o suficiente para reduzir a quantidade de tragédias que ocorrem diariamente nas vias do Distrito Federal. Essa é a conclusão do Detran depois de analisar o balanço de um mês de vigência da lei seca. O órgão agora vai combater com mais rigor também o excesso de velocidade, o desrespeito às leis de trânsito e o não uso do cinto de segurança. Ouça: - Diretor geral do Detran, Jair Tedeschi, faz balanço do primeiro mês de lei seca - comandante do BRtran, José Ricardo Cintra, faz balanço do primeiro mês de lei seca Após comemorar uma redução de 50% nos acidentes com mortes nos 10 primeiros dias seguintes à sanção da lei de tolerância zero à mistura de álcool e direção, o órgão anunciou ontem uma queda de 20,5% nas ocorrências fatais no trânsito brasiliense. O número de pessoas mortas caiu menos ainda: apenas 6% nos 31 dias depois da lei, em comparação com o mês anterior à vigência da nova legislação. Os dados ainda são preliminares porque o Detran considera vítimas as pessoas que morrem até 30 dias depois da ocorrência. De 20 de maio a 19 de junho, ocorreram 34 acidentes com mortes no DF (veja arte). O número caiu para 27, entre 20 de junho e o último domingo. A maior redução ocorreu nas rodovias locais, as DFs: foram 15 acidentes fatais antes da lei e oito depois (46% a menos). Não houve mudança nas vias urbanas (13 ocorrências fatais) nem nas rodovias federais que cortam o DF (seis acidentes). A queda é praticamente a mesma se os dados forem comparados aos de 2007. Em junho deste ano, ocorreram 32 acidentes com mortes, 21% a menos do que no mesmo período de 2007 (41 acidentes fatais). A redução de mortos não acompanhou o ritmo dos acidentes. Nos 31 dias anteriores à sanção da lei seca, 35 pessoas morreram contra 33 no período posterior. Também não ocorreram alterações nas vias urbanas (13 mortos). Nas DFs, o número caiu 37% (de 16 vítimas para 10). Em compensação, mais pessoas morreram nas BRs, fiscalizadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), que ficou 48 dias em greve. De 20 de maio a 19 de junho, foram seis vítimas. Número que subiu para 10, entre 20 de junho e 20 de julho. O diretor-geral do Detran, Jair Tedeschi, confessou que esperava um balanço melhor. Ele acreditava que a média de 39%, obtida depois de 24 dias de lei seca, seria mantida. ;A verdade é que talvez diminuímos os acidentes com bebidas, mas precisamos fazer uma fiscalização mais intensa para bater também nos outros fatores que causam acidente, como a imprudência e o não uso do cinto de segurança;, reconheceu. Apesar de considerar os dados de um mês da lei seca ;ruins;, Tedeschi espera que, em julho, o número de tragédias diminua. ;Paulatinamente, estamos reduzindo as estatísticas. Foram 56 mortes em abril, 38 em maio, 35 em junho e queremos menos de 30 em julho;, afirmou. Segundo ele, nos primeiros 21 dias de julho, ocorreram apenas dois acidentes fatais entre as 23h e as 6h, horário em que as batidas graves são comuns. Foram uma capotagem às 3h perto do Recanto das Emas e um atropelamento de pedestres às 23h30 na Avenida Hélio Prates, em Taguatinga. Apenas na capotagem há suspeitas de embriaguez. Nas rodovias Tedeschi preferiu não afirmar que a paralisação da PRF local contribuiu para uma pouca redução de mortes. Mas disse que espera mais operações do órgão. ;Eu acredito que a ação que eles vão desenvolver a partir de agora faça com que esse número caia mais, principalmente na BR-020;, ressaltou. Os policiais rodoviários federais colocaram fim à greve na última quinta-feira e garantiram que a prioridade seria fiscalizar o consumo de bebidas por motoristas de caminhões e ônibus. Sexta-feira, eles fizeram uma operação na BR-040, em Valparaíso (GO), mas não flagraram ninguém dirigindo alcoolizado porque a blitz ocorreu no meio da tarde. No último fim de semana, a PRF não fez operação alguma. O chefe da Comunicação Social da PRF, D. Lucas Barbosa, disse que os policiais estão envolvidos com as comemorações do aniversário de 80 anos da corporação, na semana que vem, e não quis comentar o aumento do número de mortos nas rodovias federais que cortam o DF. ;Não reconhecemos esses dados porque o Detran não tem autonomia para divulgá-los. A área de autuação do Detran são as vias locais e não as rodovias;, disparou. Segundo D. Lucas, a PRF fará operações com bafômetros, mas ele não disse quando nem onde. Durante o fim de semana, no Rio de Janeiro, 42 motoristas foram autuados por embriaguez pela PRF: 22 deles acabaram detidos com teor alcoólico superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar expelido no bafômetro.

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