Cidades

Cursos profissionalizantes do GDF estão suspensos por falta de pagamento

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postado em 23/07/2008 20:05
Cerca de 22 mil alunos estão sem as aulas dos cursos profissionalizantes oferecidos pela Fundação de Apoio à Pesquisa (FAP), ligada à Secretaria de Ciência e Tecnologia do GDF. Os programas DF Digital e os chamados Telecentros foram suspensos na última sexta-feira (18/07) porque a empresa NT Educação, contratada para ministrar os cursos, não recebeu o pagamento. A responsável pelo contrato, efetivado em junho de 2007, é a FAP, que contratou a Universidade de Brasília (UnB) para gerir os programas. A UnB, por sua vez, terceirizou os serviços. No entanto, desde janeiro a universidade não repassa a verba que caberia à NT Educação. Segundo a empresa, a soma é de mais de R$ 1 milhão. De acordo com a presidente da FAP, Maria Amélia Teles, o governo repassou a devida quantia nos períodos corretos à UnB. O vice-reitor temporário da universidade, José Carlos Baltazar, diz que a UnB ainda está fazendo um levantamento de todos os gastos e compromissos da instituição gerados pela gestão anterior, que deixou a direção da instituição após a denúncia de irregularidades no repasse de verbas. No entanto, segundo ele, o pagamento deve sair em breve. Outro problema que dificulta o pagamento é que a universidade havia encarregado à Fundação de Estudos e Pesquisas em Administração e Desenvolvimentos (Fepad) a tarefa de gerir esse contrato com o governo. No entanto, desde a saída do ex-reitor Timothy Mulholland, a fundação está desestruturada. Para administrá-la, o Ministério Público designou o professor Mamed Lima Marques como interventor. Ele afirma que já encontrou irregularidades nas duas semanas que está à frente da Fepad. "Não sei como a universidade pagava os serviços dessas empresas, não encontramos nenhum contrato e estamos tendo de refazer todos, um por um", afirmou Marques. Volta às aulas Segundo a presidente da FAP, Maria Amélia, as aulas dos cursos profissionalizantes serão retomadas no dia 5 de agosto. Mas a gestora dos programas DF Digital e dos Telecentros não será mais a UnB. Segundo o professor Baltazar, não há interesse em renovar o contrato. ;Ele não envolve a universidade com aquilo que são suas atividades fins: ensino, pesquisa e extensão. Nós estávamos sendo praticamente apenas gerenciadores de recursos da FAO;, afirma o vice-reitor. ;Mesmo assim, temos um orçamento para manter os cursos funcionando de forma emergencial, pelo menos até que termine o processo de licitação para escolher a nova gestora;, garante Maria Amélia. O estudante Luiz Paulo Oliveira, 12 anos, começou o curso de operador de computador no final de junho e reclama do recesso forçado da unidade em que estuda, na Estrutural. ;Achei horrível, eu poderia estar adiantando as disciplinas nesse tempo;. O estudante do 7; ano do Ensino Fundamental garante que a qualidade do curso é boa e que pretende fazer outros na área de informática. ;Já li uma matéria que dizia que quem sabe operar bem um microcomputador não fica sem emprego;. Os cursos de profissionalização são ministrados via internet em 46 unidades de capacitação em diversas paróquias de cidades do DF. Cada centro conta com 11 computadores e a presença de um monitor para auxiliar os alunos. Segundos dados da Fundação de Apoio à Pesquisa, mais de 100 mil alunos dos cursos de qualificação profissional já foram certificados pelo GDF.
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