Cidades

PM que atirou em policial civil fará serviço burocrático

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postado em 26/07/2008 09:40
O policial militar Edmar Borges dos Santos, 37 anos, do Batalhão de Operações Especiais (Bope), permanecerá afastado das funções operacionais por tempo indeterminado. A decisão é do comandante-geral da corporação, coronel Antônio José de Oliveira Cerqueira, e obriga o soldado a desempenhar atividades administrativas até que tenha sido concluída sua avaliação psicológica. Edmar foi preso em flagrante após acertar um tiro no policial civil José Pedro de Mendonça Gomes, 37 anos, da Divisão de Operações Especiais (DOE), que cumpria um mandado de busca e apreensão em uma residência do Guará 2, mas está em liberdade. O incidente causou mal- estar entre as duas corporações. O Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol-DF) repudiou o episódio ontem, sexta-feira (25/07), por meio de uma nota oficial. ;Embora a ação não configure um choque entre as instituições, causa surpresa a defesa do policial militar pela alta cúpula da PMDF (%u2026) Infelizmente, aquele que deveria primar pela qualidade e correção dos excessos cometidos por seu subordinado, foi o primeiro a adotar posição corporativista, ao invés de corrigir as falhas dos servidores sob sua responsabilidade;, diz a nota. Segundo o corregedor-geral da PM, coronel Francisco Maia, não existe conflito entre as corporações. ;Estamos fazendo nosso serviço normalmente. Todas as ocorrências têm sido levadas para as delegacias, sem nenhum atrito entre as forças;, afirmou. Ele destacou que a PM também abriu uma sindicância para apurar a conduta do policial. ;Vamos avaliar todas as circunstâncias do fato, com foco nos aspectos éticos e disciplinares. A investigação criminal será feita pela Polícia Civil;, ressaltou. A sindicância tem prazo de 30 dias, prorrogáveis por mais 20, para ser concluída. Caso seja constatado que houve transgressão por parte do policial, a corregedoria poderá puni-lo com advertência ou detenção. O corregedor preferiu não comentar sobre a possibilidade de expulsão da força. ;Não parece ser o caso. Trata-se de um soldado com ficha exemplar, que está há 10 anos na corporação;, destacou o coronel. Ele lembrou que qualquer ocorrência que envolva um policial deve contar com a presença de uma autoridade da instituição. Os policiais civis que entraram de arma em punho na casa do soldado Edmar não sabiam que ali morava um colega militar. Sobrinha ;Eles estavam lá para cumprir um mandado de busca e apreensão na casa de uma estelionatária, não de um policial;, explicou a delegada Vera Lúcia da Silva, chefe da Delegacia de Falsificação e Defraudação (DEF). A equipe que estava atrás de Nádia Jacqueline de Sousa Morais, 20 anos, não sabia que a jovem era sobrinha de Edmar Borges. Quando os policiais civis invadiram a residência, foram recebidos com tiros pelo PM. Segundo o advogado de Edmar, Marcus Vinícius Figueiredo, o cliente acordou com um barulho, surpreendeu-se com a porta arrombada e atirou para defender a família. Ele só se entregou na presença do comandante-geral da PM. Edmar foi preso na 4ª DP (Guará) e indiciado por tentativa de homicídio. O inquérito deve ser encaminhado à Justiça em até 10 dias. Peritos retornaram ao local do crime na tarde de ontem para tirar dúvidas a respeito da dinâmica do incidente. A sobrinha do policial terminou presa juntamente com 10 pessoas que integravam uma quadrilha especializada em fraudes contra empresas de telefonia móvel. O alvo principal dos bandidos era a Brasil Telecom. Os criminosos se aproveitavam da promoção do chip Pula-Pula, da companhia, pela qual o usuário que recebe ligações também ganha créditos para ligar do próprio aparelho, sem custos adicionais, para aplicar um golpe. Eles usavam celulares comprados em nome de laranjas para carregar os chips com bônus da promoção, de forma que pudessem efetuar ligações sem cobrança. Também tinham o costume de abastecer chips virgens pré-pagos para revenda, que variava de R$ 150 a R$ 2 mil.

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