Cidades

Número de mortes cresce 54,76% nas rodovias goianas

o primeiro mês da lei seca, 65 pessoas perderam a vida nas estradas do Estado

postado em 27/07/2008 08:23
Na contramão dos resultados positivos observados no restante do país após a publicação da lei seca, em 20 de junho último, estatísticas das polícias rodoviárias Federal e Estadual em Goiás confirmam um aumento de 54,76% no número de mortos em acidentes na região. Entre 20 de junho e 19 de julho de 2007, 42 pessoas morreram nas estradas de Goiás. Este ano, foram 65 mortes no mesmo período. A média nacional de vidas perdidas em acidentes caiu de 607, no ano passado, para 533 em 2008. No estado de Goiás, a PRF é a única divisão da Segurança Pública que possui bafômetros, equipamento obrigatório para comprovar a embriaguez e aplicar sanções aos infratores. O comandante do Batalhão de Polícia Militar Rodoviária de Goiás, Márcio Gonçalves de Queiroz, acredita que a tendência é de os números de mortes diminuírem conforme aumente a fiscalização. ;De 20 de junho e 19 de julho do ano passado, autuamos três pessoas por embriaguez. Em 2008, 15. A população vai se dando conta do perigo de unir álcool e direção;, ressalta. No Entorno do DF, sob responsabilidade do 1º Distrito Regional da PRF, o número de acidentes com mortes permaneceu o mesmo, comparando o primeiro mês de lei seca com o mês anterior: seis vítimas. No entanto, o total de mortos nessas tragédias aumentou de seis para 10. Fluxo de veículos De acordo com o chefe do Núcleo de Policiamento e Fiscalização do 1º Distrito, inspetor Vinícius Moraes, a rodovia mais violenta que cruza o Entorno e o DF é a BR-070 (caminho para Pirenópolis). ;É a única ligação entre Goiás e o DF que não conta com nenhum posto de fiscalização, seja da Polícia Rodoviária Federal ou da Estadual;, observou. A quantidade de bares na beira da estrada e o alto fluxo de veículos para cidades turísticas, como Pirenópolis e Corumbá, também influem no número de acidentes. ;Temos seis bafômetros, um em cada posto de polícia (cinco) e outro no Núcleo de Operações Especiais;, detalha Moraes. Esses equipamentos são os únicos de todo o Entorno. No Distrito Federal, o balanço do primeiro mês da proibição do consumo de álcool por condutores comprova que a legislação salva vidas. Levantamento do Departamento de Trânsito do DF, comparou o primeiro mês de vigência da Lei Federal nº 11.705/2008 com os 30 dias anteriores a ela. No período, o número de acidentes com mortes em vias urbanas se manteve (13), mas nas rodovias caiu de 15 para oito após a lei. O total de mortes nas ruas da capital também ficou inalterado (13), mas houve queda nas estradas, de 16 para 10. Em 30 dias, o Corpo de Bombeiros Militar reduziu em 16% os socorros a atropelamentos e colisões. Apenas nos 20 primeiros dias de lei, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) apontou o DF como a segunda unidade da Federação com a maior redução ; 40% ; nos atendimentos a emergências. Faltam estatísticas Mapear de forma precisa em número de mortes em acidentes de trânsito no Entorno é difícil. Faltam equipes nos batalhões para organizar as estatísticas e os números repassados para a imprensa são divergentes. Segundo informações do Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) do Jardim Ingá, em Luziânia, responsável por concentrar dados de ocorrências policiais de 12 municípios, entre 28 de junho e 25 de julho de 2008 apenas seis acidente envolvendo motoristas embriagados foram registradas na região. Valparaíso ; a 35km de Brasília ; lidera o ranking de município mais violentos desde o início da Lei nº 11.705/208, que proíbe a ingestão de álcool por motoristas. Teve três ocorrências. No Novo Gama ; a 46 km de Brasília ;, houve duas e em Luziânia, uma. De acordo com o subtenente da PM José Ney Ribeiro, responsável pelo Copom Entorno Sul, o único acidente de trânsito com morte nos últimos 30 dias foi o atropelamento de Sabrina Kelly Araújo, 3 anos, no Novo Gama. Em 17 de julho, ela foi atingida pelo caminhão conduzido por Ronaldo Albuquerque, 49 anos. O exame de alcoolemia acusou 0,49 miligrama de álcool por litro de ar expelido. Pela nova lei, acima de 0,3 miligrama, o motorista é preso e responde a processo criminal por dirigir alcoolizado. Ronaldo pagou fiança ; não se sabe o valor ; e foi liberado. No Hospital Regional de Luziânia (HRL), os números revelam outra realidade. A enfermeira chefe do local, Silvana Teixeira, contabiliza, por fim de semana, uma média de 10 acidentes envolvendo motoristas que haviam bebido. ;Aqui acontece muito. Na maioria das vezes são vítimas das BRs, mas também atendemos acidentados de cidades próximas;, explica. Mas a enfermeira ressalta que, apesar da falta de fiscalização no município, já se pode observar uma leve queda no número de tragédias nas pistas. ;Pouco a pouco, as pessoas vão se conscientizando e interiorizando essa lei, que beneficia a todos;, conclui.

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