Cidades

Mesmo com acusados de assassinato de diretor na cadeia, 25% dos alunos faltam

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postado em 04/08/2008 14:06
A decisão de manter os acusados pelo assassinato do diretor do Centro de Ensino Fundamenal 9 do Lago Oeste na cadeia não evitou o clima de medo entre professores, funcionários e alunos nesta segunda-feira (04/08). Cerca de 25% dos estudantes não foram à escola. Os três homens que confessaram o crime contra Carlos Ramos Mota, 44 anos, ocorrido no dia 20 de junho, haviam tido a prisão preventiva vencida e sairiam da cadeia nesta segunda. Entretanto, no domingo (03/08) a Justiça determinou que os acusados permaneçam atrás das grades até o julgamento. A determinação judicial trouxe alívio, mas não impediu que um quarto dos estudantes não comparecesse à escola nesta manhã. ;Há um clima de receio, de medo. Todo mundo está apreensivo, mas também confiante que eles vão continuar presos;, diz o coordenador da Secretaria de Assuntos Jurídicos do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (SinPro/DF), Washington Dourado. [VIDEO1] O grande número de alunos ausentes é, de acordo com Dourado, uma prova de que haverá interferência na ordem pública se os acusados saírem da cadeia ; o maior argumento dos que lutam pela manutenção da prisão dos três supostos assassinos. Carlos Lima do Nascimento, 22 anos, e Benedito Alexandre do Nascimento, 19, (que eram ex-alunos da escola) e Alessandro José de Sousa, 19, (aluno do CEF 9 à época) confessaram o assassinato. De acordo com Dourado, os professores da escola ; que tem alunos que são parentes dos acusados ; não vão mais falar à imprensa. Se a decisão judicial for revertida e os três saírem da cadeia, os funcionários da instituição serão instruídos pelo SinPro a pedir transferência para outros centros de ensino. ;Os professores precisam de garantias de segurança para trabalhar. Se os assassinos forem soltos, não tem como ensinar com tranqüilidade;, pondera Dourado. Mil assinaturas A determinação de prorrogar a prisão preventiva foi do juiz de plantão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, Domingos Savio Reis de Araújo, baseada no pedido feito pelo delegado Márcio Michel de Oliveira, chefe da 35ª Delegacia de Polícia (Sobradinho II). A atuação da viúva do diretor, Rita de Cássia Pereira, 43 anos, foi fundamental para a decisão. Ela reuniu um abaixo-assinado com mais de mil assinaturas contra a liberação dos acusados e levou o documento ao Ministério Público do Distrito Federal. Crime Na madrugada de 20 de junho, o Carlos Ramos Mota foi assassinado em casa, em uma chácara do Lago Oeste. O motivo foi uma discussão entre ele e Gilson de Oliveira, 31 anos, que teria ido ao colégio cobrar dívidas de drogas de alunos. Carlos era conhecido pela política de combate ao tráfico de entorpecentes no local e pela busca de melhorias para alunos e professores. Gilson ; que não confessou o crime ; teria convencido Carlos e Benedito, ex-alunos da escola ; este último autor confesso do disparo ; e Alessandro a participar do assassinato.

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