postado em 05/08/2008 17:05
O presidente da Terracap Antônio Gomes e representantes dos indígenas, que moram no local onde será construído o Setor Noroeste, estiveram juntos na manhã desta terça-feira (05/08) para conhecer as áreas que a Companhia está disposta a doar a Funai, para que os índios possam morar. Depois de uma reunião na sede da Terracap, o grupo seguiu de van para a região do Lago Oeste. O local fica ao lado do condomínio rural Mansões do Colorado, na DF- 001.
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A mata fechada e a água do córrego animaram os indígenas que aproveitaram para se refrescar e matar a sede. Segundo Antônio Gomes, o local é privilegiado. ;Se me oferecerem uma área dessa, pego na hora;, afirmou. Já o integrante da tribo Cariri Xocó, Wruray, aponta que o local é longe de escolas e postos médicos, o que prejudica a escolha.
Em seguida o grupo foi para a região do brejo do Torto, que fica às margens da pista que vem do posto Colorado. O cerrado descampado e a poeira dos carros, que trafegam na estrada de terra, desanimou os indígenas que descartaram a área. ;Aqui a terra é muito seca e a água fica distante. Não é um bom lugar para nossas famílias morarem;, sentenciou Manoel Correia, integrante da comissão indígena e representante da tribo Funiô.
A terceira área visitada foi a Fazenda Monjolo, que fica próxima ao Recanto das Emas. A última área já é conhecida dos índios, fica a dez metros do local onde vivem atualmente. Está localiza-se entre a via EPIA e o terreno onde está projetada a construção do Noroeste. Apesar de estar perto de casa os indígenas acreditam que o local fica imprensado entre a pista e os futuros prédios.
Independente do local escolhido, o terreno que a Terracap doará será de 12 alqueires, o mesmo tamanho da terra onde vivem as 27 famílias indígenas. Segundo o presidente da Companhia, além da terra os índios ganharão casas novas, e suas plantas também serão removidas para o novo local.
A decisão da área escolhida vai depender de uma reunião entre os índios. Nela será discutido o melhor local para morar. Segundo Manoel Correia, eles só sairão de onde moram quando houver consenso entre as famílias.
O presidente da Terracap alerta que no caso de alguma família insistir em ficar no local, depois que as outras saírem, terá de enfrentar ação judicial e que a venda dos lotes iniciará em breve, independente da saída dos indígenas.