postado em 06/08/2008 08:47
A insegurança e o medo nas grandes cidades é uma preocupação nacional. Segundo a PolÃcia Federal (PF), responsável por autorizar e fiscalizar empresas de segurança privada, a demanda pelo serviço cresce no paÃs e em BrasÃlia. Mas o que seria solução vira problema. O alto número de seguranças irregulares ; sem treinamento nem vÃnculo com empresas credenciadas ; expõe moradores de condomÃnios e clientes de estabelecimentos comerciais aos perigos da clandestinidade, além de favorecer a formação de milÃcias. No Distrito Federal, onde há 80 mil vigilantes formados, apenas 15 mil estão ativos. No entanto, dados da PF revelam que existem 30 mil trabalhadores incapacitados cuidando da segurança dos brasilienses. Cartilha lançada ontem pela PF e o Sindicato das Empresas de Segurança Privada (Sindesp) orienta a população a contratar o serviço corretamente.
A legislação que regulamenta a atividade dos vigilantes é antiga, assim como o desrespeito a ela. Na Lei nº 7.102/1983 fica claro que ;somente empresas privadas e especializadas, com profissionais devidamente capacitados, são autorizadas pelo Ministério da Justiça a exercer a atividade de vigilante;. No último 17 de junho, o supervisor de segurança do condomÃnio RK ; em Sobradinho ; e tenente da reserva do Exército, Waldir Medeiros, 48 anos, atirou contra o morador do local Mauro César Landim, 36, por desavenças pessoais. A vÃtima estava acompanhada do sobrinho de 10 anos, que nada sofreu. O militar trabalhava no local há quatro meses, jamais recebeu treinamento para exercer a vigilância e portava uma arma de uso pessoal na ronda ostensiva do lugar.
O delegado federal da Delegacia de Controle de Segurança Privada (Delesp) do DF, Rodrigo Ziembowicz, explica que a irregularidade não é exclusividade dos 513 condomÃnios habitacionais do DF ; nenhum deles conta com a vigilância regularizada, segundo a presidência da União dos CondomÃnios Horizontais do DF (Unica). ;Quem não conhece alguém que já foi agredido em um evento ou show por seguranças despreparados? Colhemos dados com a PolÃcia Civil, a clandestinidade está por toda a parte;, afirmou. O delegado ressaltou que uma força-tarefa com policiais federais de todo o paÃs desembarcará na capital até o fim do ano para combater a segurança privada irregular. ;Primeiro estamos orientando com as cartilhas, pois, quando a fiscalização começar, será dura;, alertou.
Ouça a entrevista com o delegado da PF, Rodrigo Ziembowicz: