postado em 07/08/2008 08:05
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal confirmou ontem (06/07) a primeira morte por hantavirose em 2008. Morador do Lago Oeste, o economista José Henrique Novaes de Campos, 46 anos, perdeu a vida em 27 de julho, depois de apresentar sintomas como febre alta, dores musculares e sangramento nos pulmões. É o terceiro registro confirmado da doença na capital federal neste ano. Os outros dois são de pessoas que tiveram contato com o hantavírus, acabaram internadas em hospitais da rede pública, mas se curaram da doença. A primeira manifestação da hantavirose em humanos no ano foi em um sargento do Exército. Ele trabalha no Centro Integrado de Guerra Eletrônica, na área rural de Sobradinho. Recuperou-se e passa bem. Não há detalhes sobre o terceiro caso. Por enquanto, os números em 2008 são menores na comparação com os do ano passado. Em 2007, a Secretaria de Saúde do DF registrou sete casos de hantavirose, sendo que duas pessoas não resistiram ao ataque do vírus. Um surto ocorreu em 2004, quando houve 30 casos e 15 mortes. São Sebastião apareceu como a cidade com mais contaminações.
Apesar da comprovação de ontem, a secretaria já tratava a situação de José Henrique como confirmada. Tanto que equipes de agentes de saúde estiveram na casa da família dele em busca de vetores da doença. Não os encontraram, o que agora leva à suspeita de que a contaminação possa ter ocorrido fora do Lago Oeste, mas dentro do DF. O Correio visitou a região onde o economista morava no fim de julho. Encontrou trabalhadores rurais mexendo na terra de botas, mas sem máscaras ou luvas (equipamentos que podem proteger da ação do hantavírus). Os homens admitiram ver ratos com freqüência na região.
Na seca
A enfermidade tende a se manifestar durante o período de seca, entre maio e agosto. É a época em que os alimentos da dieta natural de roedores silvestres da espécie Bolomys lasiurus, hospedeiros do hantavírus, fica escasso e obriga os animais a circular pelos ambientes urbanos. A procura por alternativas para matar a fome faz com que o rato se aproxime do homem. Largar lixo e restos de comida perto de casa deve ser evitado ao máximo nesses períodos do ano. Mato alto próximo a residências também atrai os bichos.
O hantavírus se encontra nas fezes, urina e saliva dos ratos e pode ser transmitido pelo ar. Por isso, é recomendável que a limpeza de terrenos e capinagens sejam feitas com máscara e luva. Os primeiros sinais da doença aparecem até 60 dias após a contaminação. Os principais são febre acima de 38 graus, dores musculares e dificuldade para respirar. Ao aparecerem os sintomas, deve-se procurar imediatamente atendimento médico.