postado em 13/08/2008 10:44
Dois chimpanzés apreendidos nesta terça-feira (12/06) pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Le Cirque foram transferidos do Zoológico de Brasília para o santuário do projeto Grandes Primatas (GAP) na cidade de Sorocaba, interior paulista. Eles foram levados de avião por volta das 18h de ontem. A decisão do órgão ambiental foi tomada em conjunto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O documento com a data de ontem que autoriza a captura e transporte aéreo dos bichos foi assinado pela coordenadora substituta geral de Fauna do Ibama, Raquel Moneti Sabino.
Os macacos foram levados ontem pela manhã para o Zôo junto com um hipopótamo sob a alegação de que eram vítimas de maus-tratos. Mas o circo conseguiu reaver os animais por meio de uma liminar, concedida às 17h. Eles deveriam ser entregues na manhã de hoje, mas quando os tratadores da empresa chegaram para resgatá-los foram informados da transferência. Os empregados do Le Cirque também foram impedidos de resgatar o hipopótamo.
O advogado do Le Cirque, Luiz Saboya, disse que irá nesta tarde, às 13h, na 9ª Vara Federal informar o juiz sobre o ocorrido e pedir a imediata devolução dos animais. Segundo o dono do circo George Stevanovic, os dois chimpanzés estão com ele há 25 anos e são tratados como "membros da família".
Segundo o coordenador de operações do Ibama, Roberto Cabral Borges, o novo lar dos macacos foi indicado pelo Ibama de São Paulo. "Trata-se de um projeto já vistoriado, com recintos adequados para inserir os primatas em um grupo familiar". O coordenador acredita que em Sorocaba os bichos terão uma vida melhor do que tinham no abrigo do circo, onde, segundo ele, tiveram todos os dentes arrancados. O órgão está elaborando um relatório sobre a vistoria que constatou problemas de maus-tratos, de sanidade sanitária e segurança pública para contrapor as alegações do advogado do circo.
O GAP (Great Ape Project) se apresenta como um movimento internacional com objetivo de lutar pela garantia do direito à liberdade e não-tortura dos grandes primatas não humanos - Chimpanzés, Gorilas, Orangotangos e Bonobos. O projeto começou suas atividades no Brasil em 2000 e atualmente conta com quatro santuários afiliados que abrigam, em sua maioria, animais resgatados de maus-tratos e condições inadequadas de vida em circos, espetáculos e zoológicos.
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