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Vilma Martins, seqüestradora de Pedrinho, está livre

O juiz Éder Jorge, da 4ª Vara Criminal de Goiânia, recebeu a ex-empresária em uma audiência que durou cinco minutos, das 17h30 às 17h35 desta segunda-feira

Vilma Martins está em liberdade condicional a partir desta segunda-feira (18/08), após cumprir cinco dos 15 anos e 9 meses de cadeia aos quais foi condenada por falsificação de documentos públicos e pelos seqüestros dos bebês Aparecida Fernanda Ribeiro da Silva e Pedro Rosalino Braule Pinto, o Pedrinho, levado da maternidade do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, em janeiro de 1986.

O juiz Éder Jorge, da 4; Vara Criminal de Goiânia, recebeu a ex-empresária em uma audiência que durou cinco minutos, das 17h30 às 17h35 desta segunda-feira (18/05). ;Ela é uma pessoa livre como qualquer outra;, disse o magistrado à Vilma, que estava de cadeira-de-rodas. Durante a audiência no Fórum de Goiânia, foram explicitadas as normas que ela terá de seguir durante a liberdade condicional.

Vilma Martins foi condenada a 15 anos e 9 meses de prisão pelo rapto de Pedro Rosalino Braule Pinto e Aparecida Fernanda Ribeiro da Silva, quando eles eram bebês, e por falso registro.

A ex-comerciante passou dois anos e sete meses atrás das grades, no complexo penitenciário de Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital de Goiás. O restante ela permaneceu na Casa do Albergado, no Centro de Goiânia, graças a benefícios concedidos pela Justiça. Com a condicional, Vilma poderá morar onde quiser no país.

Em caso de mudança de endereço, a seqüestradora terá apenas de comunicar o destino à Justiça goiana. Na condicional, ela também precisará assinar uma lista de presença, a cada dois meses, no fórum da cidade onde fixar residência. Mas não será obrigada a trabalhar. Ela só perderá o benefício, caso quebre uma dessas regras ou cometa outro crime.

MEMÓRIA
Crimes em série
Pedrinho foi levado da maternidade do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, em janeiro de 1986. Mas o paradeiro do jovem e a história da mulher que o seqüestrou só foram descobertos em novembro de 2002. Vilma Martins registrou o bebê como seu filho em Goiânia e o batizou de Oswaldo Martins Borges Júnior, mesmo nome do homem que o criou como filho legítimo e morreu em decorrência de um câncer um mês antes de a polícia do DF encontrar o garoto.

Em 1979, Vilma participou do seqüestro de outro recém-nascido. Ela registrou como filha legítima Aparecida Fernanda Ribeiro, dando-lhe o nome de Roberta Jamilly. A menina foi roubada em uma maternidade de Goiânia e levada para o interior do estado, onde Vilma simulou um parto para enganar o industrial goiano Jamal Rassi, que ela dizia ser o pai da menina.

Após a descoberta das duas farsas ; a de Roberta veio à tona em janeiro de 2003, por meio de um exame de DNA ;, Vilma foi presa. Acabou condenada pelo envolvimento nos dois seqüestros e na falsificação de procurações que lhe davam amplos poderes sobre os filhos de criação. Ela ficou detida na Casa de Prisão Provisória, em Aparecida de Goiânia, por dois anos e sete meses. Desde dezembro de 2005, cumpre pena na Casa
do Albergado, na capital
de Goiás.