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Terracap pedirá hoje registro do Noroeste

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postado em 19/08/2008 08:12
A Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) vai pedir nesta terça-feira (19/08) o registro da área onde será erguido o Setor Noroeste ao Cartório do 2º Ofício de Registro de Imóveis. Técnicos da estatal irão ao cartório no fim da manhã para dar entrada no processo que permitirá o início da venda dos primeiros terrenos do futuro bairro voltado para a classe média alta brasiliense. A Terracap recebeu, ontem, o último documento que faltava para a emissão da matrícula imobiliária: a Licença de Instalação do setor. O registro deve demorar de 15 a 20 dias para ser concedido e, com o documento em mãos, a estatal poderá lançar o edital de licitação das primeiras projeções do Noroeste. Até o fim do ano, 55 lotes serão colocados à venda e deverão ser pagos à vista ou financiados em, no máximo, 12 meses. Ouça: Superintendente do Ibama fala sobre licença Confira entrevista com presidente da Terracap O edital de licitação está praticamente pronto e será lançado até o começo do mês que vem. Na próxima semana, a diretoria comercial da Terracap deverá concluir um estudo que vai definir o preço de cada uma das projeções. O presidente da empresa, Antônio Gomes, garantiu que os valores serão equivalentes aos de áreas como o Sudoeste e as asas Norte e Sul. ;Não será mais caro que os preços praticados atualmente pelo mercado;, disse. Mas o Correio apurou que cada projeção custará entre R$ 10 milhões e R$ 12 milhões. Assim, o metro quadrado construído sairá por cerca de R$ 6 mil. O Noroeste surge valorizado porque será o bairro mais moderno de Brasília, além de ser projetado com uma concepção ecologicamente correta (confira arte). Ao todo, serão 20 quadras com 220 prédios residenciais e 80 terrenos comerciais. O setor ficará entre um parque ecológico, o Burle Marx, e duas áreas de Relevante Interesse Ecológico (Aries), que serão criadas pela Terracap. Além de proporcionar bem-estar para os futuros 40 mil moradores do local, as Aries são uma forma de proteção ambiental. ;O setor habitacional vai estar cercado por um cinturão verde. As Aries vão fazer um corredor ecológico com o Parque Nacional de Brasília, além de impedir a expansão de outras estruturas físicas no local;, explicou a superintendente substituta do Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Hanry Alves Coelho, que assinou a Licença de Instalação. Urbanização A licença vale por seis anos. Esse é o prazo para a Terracap concluir a infra-estrutura do local, como a galeria de águas pluviais, o asfaltamento, as redes de luz, água e esgoto. As obras só poderão ser iniciadas depois que o Ibama aprovar o Plano de Gestão Ambiental de Implantação do setor, o que deve ocorrer em 90 dias. A Terracap também deverá encaminhar um cronograma de construção do bairro, com os custos das obras, em 90 dias. Depois que o GDF cumprir todas as condicionantes (leia quadro) estabelecidas pela licença e o Ibama aprovar os projetos, a Licença de Operação será concedida e somente com ela as construtoras que vencerem a licitação poderão começar a erguer os prédios residenciais. O governo local decidiu apertar o financiamento dos terrenos porque quer investir o dinheiro arrecadado nas obras de infra-estrutura. Além disso, a Terracap estuda uma maneira de vender quadras inteiras para uma mesma construtora, que ficaria responsável por fazer a urbanização do local assim que os prédios ficarem prontos. ;Seria uma forma de impedir uma demora na consolidação da quadra, como ocorreu no Sudoeste e em Águas Claras, onde ainda falta infra-estrutura;, justificou Antônio Gomes. O presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do DF (Ademi), Adalberto Valadão, lembrou que é grande a demanda por imóveis voltados às classes média alta e alta, como os que serão oferecidos no Noroeste. ;Atualmente, não há quase nada novo sendo ofertado no mercado com esse perfil. Há apenas um prédio na Asa Norte, outro no Sudoeste e alguns na beira do Lago Paranoá;, detalhou. Mas Valadão ressaltou que o financiamento reduzido para as construtoras pode significar preços mais altos para os interessados em comprar um apartamento no novo bairro. ;O pagamento mais apertado restringe a quantidade de compradores, ou seja, os terrenos vão ficar na mão de poucas empresas. Elas podem usar isso para valorizar a mercadoria delas;, reconheceu. Índios O impasse com a comunidade indígena que vive no local, porém, não está solucionado. Os índios ainda não deram uma resposta oficial sobre a transferência para uma área fora do setor. A Terracap ofereceu quatro locais para a comunidade ; o Núcleo Rural Monjolo, no Recanto das Emas; um terreno em Sobradinho, próximo ao Parque Nacional; outro perto do Lago Oeste e um ao lado do Noroeste, em uma das Aries. Mas os índios ainda não disseram se aceitam ou não o acordo. Na última quinta-feira, a Terracap entrou com uma ação na Justiça e estabeleceu cinco dias para a comunidade se manifestar. Caso os indígenas recusem, ou não dêem uma resposta, a estatal promete entrar com uma Ação de Reintegração de Posse para expulsá-los da área.

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