Cidades

Mais 17 animais do Le Cirque são apreendidos

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postado em 20/08/2008 14:37
A Polícia Rodoviária Federal do Mato Grosso do Sul apreendeu ontem, terça-feira (19/08), mais 17 animais do Le Cirque, procurados pelo Ibama desde o último dia 16. As 2 girafas, 2 camelos, 1 zebra, 10 pôneis e 2 lhamas foram localizados por volta das 20h30, após denúncia anônima, em uma fazenda próxima à BR-163, no município de Nova Alvorada (110km ao norte de Campo Grande). A carreta com o bichos está no pátio do posto da PRF, na capital sul-mato-grossense. Quatro elefantes e um rinoceronte já haviam sido intercepatados em dois diferentes pontos da mesma rodovia, na manhã de ontem. O Ibama pretendia trazê-los para Brasília durante a noite, mas o circo conseguiu uma liminar na justiça determinando que eles permanecessem no Regimento da Polícia Montada. O Le Cirque alegou que os bichos precisam descansar, já que viajaram por quatro dias. Maus-tratos A polêmica envolvendo os animais da companhia circense teve início após uma vistoria do Ibama na capital federal ter constatado que eles eram vítimas de maus-tratos. A pedido do Ministério Público, o circo, instaldo desde o final de julho no estacionamento do estádio Mané Garrincha teve o alvará de funcionamento revogado. No dia 12, fiscais do Ibama apreenderam dois chimpanzés e um hipopótamo. O Le Cirque conseguiu reavê-los na justiça, mas só o hipopótamo foi devolvido, já que os macacos haviam sido levados para um santuário mantido pelo Projeto Grandes Primatas, ong de proteção dos direitos e estudo do comportamento dos animais, em Sorocaba. Segundo a coordenadora do GAP, Selma Mandruca, os macacos estão se adaptando bem ao novo lar. "Eles dão risadas, abraçam a veterinária e correm pela grama. Só não são muito ágeis porque viviam em recintos fechados." O GAP apresentou ao Ibama um laudo técnico comprovando o tratamento inadequado. A dupla de chimpanzés teve os dentes e os testículos arrancados, apresentavam marcas de correntes no pescoço e sofriam de estresse crônico. Com base nesse documento, os órgãos de fiscalização ambiental do DF preparatam uma operação, chamada de Arca de Noé, para "resgatar" os animais do circo. Mas os proprietários ficaram sabendo e evacuaram o local. Segundo uma funcionária da empresa, que não quis se identificar, eles foram transportados às 3h do sábado. Quando os agentes chegaram para cumprir o mandado judicial, não encontraram mais nenhum bicho. O advogado do circo, Luiz Sabóia, nega que a companhia tenha fugido com os bichos. Ele alega que orientou os donos a retirá-los de Brasília e deixá-los em uma fazenda em Campo Grande enquanto pedia à administração regional um alvará para a apresentação sem o uso de animais. A autorização, no entanto, foi negada e eles "foram obrigados" a ir embora.

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