Morreu na madrugada desta terça-feira (26/08) um dos 10 pôneis do Le Cirque. O resultado da necropsia ; que apontará as causas da morte do animal ; ainda não ficou pronto. O camelo ; chamado de xuxa ; também se encontra em estado grave. Os animais chegaram do Mato Grosso do Sul em carretas apertadas e com estrutura precária na noite deste domingo (24/08), após enfrentarem 35 horas de viagem.
O coordenador de operações do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Roberto Cabral, conta que a demora em retirar os animais da carreta pode ter contribuído para a morte do pônei. "Os donos dos circos não cooperaram, eles enrolaram muito dizendo que tinham perdido a chave da carreta. Além, de que o camelo estava na mesma carreta das girafas e dos elefantes e foi preciso tirá-los primeiro", explica. O pônei só foi retirado da carreta na tarde desta segunda-feira.
Segundo Cabral na noite em que os bichos chegaram em Brasília a atenção foi voltada para o camelo, que não conseguia ficar em pé. A saúde de ;xuxa; continua debilitada, tanto que o Corpo de Bombeiros foi acionado para erguer o bicho com um caminhão guindaste. O objetivo é manter as pernas do animal em atividade para evitar a atrofia, além de facilitar a administração de medicamentos.
Com tanta atenção para o bicho mais debilitado, segundo Cabral, o diagnóstico dos outros animais ficou comprometido. "O camelo foi medicado assim que chegou, com isso, não tivemos condições de fazer uma avaliação clínica detalhada de todos os animais", conta.
O elefante africano e o companheiro de carreta, o rinoceronte, ainda estão no Mato Grosso do Sul. O elefante não foi liberado para fazer a viajem. Ele está com uma das patas machucadas e bastante fraco.
Relatório
O Ibama divulgou nesta segunda (25/06) o relatório sobre a operação Arca de Noé, para apreender os animais que vinham sendo maltratados no Le Cirque, que estava em Brasília. Segundo a nota, "o circo ;Le Cirque; não apresenta condições mínimas de segurança e sanidade públicas, bem como um mínimo de adequação quanto a nutrição, saúde e conforto dos animais, incidindo em maus tratos."
Quanto à segurança, o relatório apontou que o risco de acidentes é constante, não existindo qualquer plano para minimizar os danos ou vítimas. Considerando os maus tratos verificados, o texto recomenda a autuação por espécime. Assim, o relatório determinou que os animais devem ser apreendidos e destinados a local com segurança e condições melhores.
Retirada
Depois de serem retirados de Brasília as escondidas no dia 15 deste mês, os animais foram localizados em Campo Grande (MS). A ;fuga; ocorreu após a primeira apreensão dos bichos, em Brasília, quando o Ibama acusou a direção do circo de maus tratos. Por conta das alegações, o circo perdeu o direito de usar os animais em apresentações.
O retorno deles para o Zoológico de Brasília foi determinado pelo juiz da 1; Vara Federal de Mato Grosso do Sul, Renato Toniasso. O transporte ficou sob responsabilidade dos donos do Le Cirque, mas o comboio foi acompanhado pela Polícia Rodoviária Federal e pelo Ibama.