Cidades

A cada 15 horas, ocorre um seqüestro relâmpago no DF

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postado em 31/08/2008 08:36
Eles atacam em momentos de distração. Avançam sobre a vítima e a ameaçam de arma em punho. Aproveitam que está sozinha, em lugar mal-iluminado e desprotegida ao lado do próprio carro. Sob as ordens de pelo menos dois bandidos, o terror toma conta: é mais um seqüestro relâmpago nas ruas do Distrito Federal. Por alguns minutos ou várias horas, a vida do seqüestrado está nas mãos de criminosos inexperientes e interessados apenas em levar vantagem. Podem roubar dinheiro, celulares, carro e, num instante de paranóia ou insegurança, matar. O crime desafia as autoridades de segurança pública, que admitem dificuldade em combatê-lo. Incomoda ainda mais por conta do crescimento na quantidade de casos na capital do país. Houve 336 ocorrências nos primeiros sete meses de 2008, segundo balanço da Polícia Civil do Distrito Federal. É como se ocorresse, em média, um seqüestro relâmpago a cada 15 horas e 12 minutos. A média mensal alcança 48 registros, 26% a mais do que a registrada ao longo de 2007 ; no ano passado, as delegacias brasilienses investigaram 456, cerca de 38 por mês. Os números são do somatório de dois crimes especificados no Código Penal Brasileiro: roubo com restrição de liberdade da vítima e roubo qualificado com extorsão. Como o seqüestro relâmpago ainda não existe na legislação criminal, as delegacias o registram de acordo com as características de cada ação. ;O roubo com restrição de liberdade é aquele em que o bandido segura a vítima para que ela não o denuncie. Já no com extorsão, a pessoa é obrigada a, por exemplo, fazer retiradas em um caixa eletrônico;, detalhou o delegado Miguel Lucena, diretor de Comunicação Social da Polícia Civil do DF. Por trás de números e normas, no entanto, o trauma. Quem viveu o drama de ser raptado evita o assunto. Nega-se a relembrar detalhes do episódio para não reviver a angústia. O Correio localizou sete vítimas recentes no DF. Três delas tiveram ânimo e coragem para contar pormenores das horas sob a mira de uma arma. Uma quarta continua internada em um hospital de Brasília depois de levada da porta de faculdade da Asa Sul. A mulher de 52 anos estava em um carro que capotou com dois ladrões durante perseguição policial. No último caso, a vítima sofreu a abordagem no estacionamento de uma faculdade na 711 Sul. Dois criminosos armados, um de 36 anos e outro de 17, a renderam por volta das 23h de 14 de julho, uma segunda-feira. Fizeram com que ela entrasse no banco traseiro da própria Mercedes Benz Classe A. Não teve chance de colocar o cinto de segurança. A dupla se acomodou nos lugares do motorista e do passageiro da frente. Uma testemunha acompanhou toda a movimentação e chamou a polícia. Policiais militares identificaram o veículo antes mesmo de os bandidos deixarem a Asa Sul. Uma perseguição ocorreu até as proximidades do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitscheck. No balão de acesso, o motorista perdeu o controle, e o Classe A capotou. A vítima se machucou com gravidade na coluna. Os assaltantes tiveram apenas ferimentos leves, salvos pelos air-bags. Mas acabaram presos. Ainda chamou a atenção da polícia o histórico de violência do mais velho. São 14 inquéritos desde 1991. Praticou sete roubos qualificados, além de furtos, contrabando e receptação. Leia mais na edição impressa do Correio Braziliense.

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