Maitê Proença participou, na tarde deste domingo (31/08), de encontro com os leitores no Café Literário da 27ª Feira do Livro de Brasília. A atriz veio lançar e autografar o romance Uma vida inventada, história de duas mulheres com recurso literário que alterna narradores em primeira e terceira pessoa.
Durante uma hora e meia Maitê falou sobre o processo criativo, a ponte entre teatro e literatura e os limites entre realidade e ficção. "A alma do livro é esse jogo de esconde que revela duas vidas e duas mulheres em paralelo. A que fala em terceira pessoa é mais lírica; a que narra em primeira pessoa é mais crua, mais dramática. Elas vão se cruzando, mas eu não queria que ficasse definido o que é (realidade) e o que não", explicou a atriz.
Maitê admite que as personagens são inspiradas na sua própria biografia. A atriz decidiu escrever o livro depois que um programa de televisão revelou episódios de sua vida para milhares de telespectadores. Convidada a participar de um programa de auditório numa tarde de domingo, Maitê achava que iria divulgar um produto, mas quando chegou ao estúdio descobriu que o programa era sobre sua própria vida. Não gostou de ver episódios como o assassinato da mãe pelo pai e um aborto na adolescência serem revelados em cadeia nacional. "Fiquei muito assustada. Não sou uma pessoa que termina com namorado e vai chorar na capa da revista."
A atriz resolveu então escrever Uma vida inventada, em que narra os episódios explorados na televisão.
Autora de peças de teatro e crônicas, gênero que rendeu o primeiro livro, Entre ossos e a escrita (2004), Maitê Proença conduziu o Café Literário mais concorrido dos três primeiros dias de Feira do Livro.
A atriz de 48 anos retorna à televisão este mês em Três irmãs, a próxima novela das sete da Rede Globo, e divide o tempo entre as gravações de Saia justa, do canal GNT, e a escrita de um novo livro.