Cidades

Maiores de idade do Caje vão para carceragem do DPE

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postado em 04/09/2008 20:10
Os 29 jovens maiores de idade responsáveis pela rebelião na ala M2 do Centro de Atendimento Juvenil Especializado (Caje), presos em flagrante e levados no final da tarde desta quinta-feira (4/09) para interrogatório na 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) responderão pelos crimes de motim (pena de seis meses a dois anos de detenção), dano ao patrimônio público (seis meses a três anos) e seqüestro e cárcere privado (pena de um a três anos de reclusão). Existem, na verdade, 32 jovens na ala, mas um foi hospitalizado e só poderá ser ouvido e autuado daqui há dias. Outros dois foram feitos reféns e retornarão ao Caje. A rebelião na ala M2 foi a de maior proporção dentro muitas ocorridas hoje. Como a ala M2, reservada aos maiores do Caje, ficou destruída após a rebelião, o juiz da Vara de Infância e Juventude do Distrito Federal (VIJ), Renato Rodovalho, decidiu, após reunião com as secretarias de Segurança e de Justiça e Cidadania do DF, que os jovens envolvidos no tumulto serão encaminhados provisoriamente para a carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE), onde só poderão ficar por 30 dias. De acordo com informações da assessoria de comunicação da VIJ, os garotos serão acompanhados por assistentes sociais do Centro de Atendimento Juvenil Especializado. Os jovens da ala M2 estão desde o final da tarde de hoje sendo interrogados e autuados na 2ª DP. Segundo o delegado-chefe da unidade, Antônio Romeiro, os garotos mantiveram silêncio e nada disseram sobre as razões da rebelião. Ainda de acordo com Romeiro, os interrogatórios serão concluídos ainda hoje e toda a equipe da delegacia foi destacada para trabalhar neles. Concluídas as oitivas, os internos seguem para o Instituto Médico Legal (IML) para exame de corpo de delito e, de lá, para o DPE. Segundo a assessoria de comunicação do VIJ o juiz Renato Rodovalho fez vários contatos telefônicos em busca do melhor local para alojar os jovens e se decidiu pelo DPE. Circunstâncias normais Segundo o delegado Antônio Romeiro, em circunstâncias normais os jovens da ala M2 seriam encaminhados para o Caje após o interrogatório para conclusão da pena lá e, só depois, iriam para outra unidade responder por delitos cometidos já como maiores de idade. ;Nas circunstâncias, no entanto, com as rebeliões no Caje e a ala destruída, tudo dependerá da decisão da Justiça;, afirmou. A reportagem não teve acesso aos rebelados mas, de acordo com o delegado Antônio Romeiro, apenas o jovem hospitalizado ficou ferido. A identidade dele, para qual hospital foi levado e seu estado de saúde não foram divulgados. Terror Duas mães dos jovens da M2, vindas do Paranoá, passaram parte da tarde na porta da 2ª D.P em busca de informações sobre os filhos. Elas se queixavam de não terem permissão para vê-los e de não terem notícias sobre se havia feridos ou não. ;Não nos informam nada, nada. Nem os policiais, nem os monitores do Caje que vieram acompanhar. Meu maior terror é que meu filho vá para a Papuda, eles não têm esse direito. Tecnicamente, ele ainda é menor;, afirmou uma delas, cujo filho tem 19 anos e cumpre pena desde os 16 por homicídio. ;Já estava no finalzinho da pena dele, ele ia sair no fim deste ano;, lamentou-se.

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