André Corrêa
postado em 15/09/2008 13:33
O elefante Chocolate, do Le Cirque, continua dentro de uma carreta no Zoológico de Brasília. O animal ficou nervoso com a presença de fotógrafos no local e quebrou com a boca a dobradiça da porta da carreta. O animal chegou ao Zoológico de Brasília no sábado (13/09) e só deverá ser acomodado na quarta (17/09).
Após o episódio, o diretor do zoológico, Raul Gonzalez, tentou contato com o dono do circo para retirar o animal do caminhão para que a porta seja reparada. Ele ainda criticou o meio de transporte do Le Cirque. "Isso é uma prova incontestável que esta carreta não tem nenhuma segurança para transportar animais".
Funcionários do Zôo alimentaram o animal com frutas e verduras para mantê-lo tranqüilo. Porém, eles não podem arriscar mover o bicho de luga,r pois Chocolate não está habituado aos tratadores do zoológico e poderia reagir com violência.
Segundo Gonzalez, a retirada do animal precisa ser imediata. O diretor do Zôo teme que o elefante se descontrole. Duas vezes ao dia, um tratador do circo faz uma caminhada numa área próxima ao hospital veterinário.
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Chocolate aguarda a reforma do recinto dos jabutis, onde ficará abrigado. Um muro de concreto de 2,5 metros de altura, que cerca a área do viveiro, está sendo construído para recebê-lo. Gonzalez acredita que na quarta-feira (17/09) o elefante poderá ser transferido. Para dar conta dos planos,todas as outras obras do Zoológico foram paralisadas.
Memória
O Le Cirque teve o alvará de funcionamento revogado pelo Ministério Público em agosto quando se apresentava em Brasília, após uma vistoria do Ibama constatar que os animais eram vítimas de maus-tratos. Em 12 de agosto, fiscais do órgão apreenderam dois chimpanzés e um hipopótamo, que foram recuperados na Justiça pelo circo.
Um laudo detalhado que comprovava o abuso dos animais desencadeou a Operação Arca de Noé, preparada pelo Ibama para reaver os bichos. Antes, porém, os donos do circo ficaram sabendo da ação e fugiram com todos os animais na madrugada de 15 de agosto. No entanto, as carretas foram interceptadas em Mato Grosso do Sul. A viagem de volta a Brasília, feita às pressas com todos os bichos, menos o elefante e o rinoceronte, causou exaustão aos animais. Um pônei morreu e uma camela teve sinais de desidratação e desnutrição.