Cidades

Falsa comunicação pode levar estudante a responder por homicídio culposo

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postado em 16/09/2008 08:01
O caso da morte de um suposto seqüestrador no capotamento do carro da vítima na terça-feira da semana passada sofreu uma reviravolta. O estudante de pós-graduação em direito Davi Gehre Neves, 29 anos, será indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar) e falsa comunicação de crime. Em vez de abordado por assaltantes na Asa Sul e obrigado a dirigir até o Setor Comercial Sul, como alegou na semana passada, ele foi até o Conic comprar maconha e acabou se desentendendo com um traficante. Na confusão, Johnathan Batista Ramos, 21 anos, que tinha passagens pela polícia por crimes como estupro e roubo, morreu no capotamento. Por não ter falado a verdade, Davi pode ser condenado a uma pena de até seis meses de prisão. Além disso, está sujeito a reclusão de dois a quatro anos por homicídio culposo. ;Não fosse a droga, ele não teria passado por nada disso;, afirmou o delegado titular da 5ª Delegacia de Polícia, Ricardo Yamamoto. Ontem, o estudante foi novamente ouvido pelo delegado e confessou que havia ido ao Conic sozinho para comprar droga. Ao chegar lá, o carro de Davi foi cercado por traficantes que lhe ofereceram crack e cocaína. Como ele queria outro tipo de entorpecente, tentou se livrar do assédio arrancando o carro. No tumulto, Johnathan deixou cair um papelote dentro do carro do estudante e pendurou-se na janela do motorista. Davi tentou se livrar do bandido e perdeu o controle do carro, que subiu na calçada próximo à Galeria dos Estados, bateu numa árvore e capotou. Johnathan sofreu ferimentos graves no rosto e na cabeça. O condutor contou à polícia que, quando desceu do carro, ainda atordoado por causa do acidente, foi até o traficante, que estava ajoelhado no chão, e disse a ele: ;Amigo, que situação você arrumou. Está todo machucado!”. Johnathan apenas olhou para ele e caiu morto no chão. Na noite em que tudo ocorreu, Davi inventou história distinta. Narrou à polícia que dois homens haviam invadido seu carro no semáforo da 508 Sul. Os assaltantes teriam mandado que ele parasse o carro entre o Conic e a Galeria dos Estados. O criminoso que acabou morrendo teria descido e ;parecia esperar outra pessoa;, contou ao policiais. O estudante disse que tentou fugir, mesmo sob a ameaça de levar uma facada do outro assaltante. O restante ocorreu como relatado originalmente pelo rapaz, com exceção do bandido que o ameaçava com a faca ; que não existiu.

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