postado em 17/09/2008 08:09
Policiais da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) prenderam um taxista acusado de tráfico de drogas no Plano Piloto na tarde desta terça-feira (16/09). José de Oliveira, 50 anos, é acusado de entregar pedras de crack usando o táxi em que trabalhava no transporte de passageiros. Nesta terça, ele estava com 34 pedras pequenas e sete pedras médias da droga, o equivalente a cerca de 100 porções. Segundo a polícia, a distribuição da droga poderia render até R$ 1 mil.
José estava sendo investigado havia uma semana, depois de uma denúncia anônima recebida pela 2ª DP. Ele foi preso em flagrante em frente a um restaurante da 714 Norte e não chegou a entregar a droga. As pedras de crack estavam escondidas em um compartimento fechado na porta do Fiat Uno, placa JFB-3613 (DF), que ele dirigia. O preso recebeu o material no Setor Comercial Sul e seguiu para a Asa Norte, onde os policiais acreditam que ele faria a entrega.
De acordo com o delegado-chefe da 2ª DP, Antônio Romeiro, José não tem passagens anteriores pela polícia e alegou não conhecer a pessoa que forneceu a droga. ;Ele diz que não sabe quem é a pessoa, mas sabia o que estava transportando. Já recebemos denúncias de que ele fazia esse tipo de trabalho nessa área;, explicou.
O preso mora no Jardim Ingá e trabalha para uma empresa de táxi cujo nome não foi revelado pela polícia. Em depoimento, ele teria se recusado a apontar os nomes de quem entregou o material e da pessoa que receberia a encomenda. José teria dito que recebeu R$ 50 para fazer o serviço, mas o delegado acredita que esse valor pode ser maior. ;Ele tem emprego, não é possível ele se arriscar por tão pouco: R$ 50 é quase o preço da corrida. Ele sabia o que estava carregando;, disse. Em Brasília, as pedras de crack são vendidas por R$ 10 a R$ 30, dependendo do tamanho da porção.
O acusado passaria a noite de ontem na carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE). Ele responderá pelo crime de tráfico de drogas e pode ser condenado a reclusão de cinco a 15 anos. De acordo com o delegado Romeiro, o transporte de drogas em táxis não faz parte da rotina da Asa Norte. ;Na minha visão, não é comum esse tipo de movimentação sendo feita por taxistas;, acredita.
Um problema bem recente
As primeiras apreensões de crack em Brasília foram registradas em 2006. Desde então, o entorpecente vem se disseminando. No primeiro quadrimestre deste ano, 668 gramas foram apreendidas. O crack é vendido em pedras e costuma ser usado com um cachimbo ; os usuários queimam a pedra e inalam a fumaça. A droga pode provocar aceleração dos batimentos cardíacos, dilatação das pupilas, suor e tremores.
Há duas semanas, a polícia realizou a maior apreensão do ano no DF. Cinco mil pedras foram encontradas em duas casas no Guará II e na Colônia Agrícola Arniqueira. Parte da droga estava embalada em um saco de lixo e enterrada no quintal de um lote. Com os dois presos, a polícia encontrou pasta base de cocaína, matéria-prima da droga, cheques e dinheiro. Os acusados ainda possuíam balança de precisão.