postado em 18/09/2008 09:44
Setembro ficou marcado como o mês com as três ocorrências de incêndio que consumiram mais vegetação no ano. Juntas elas representaram 4.280 hectares destruídos. No total, até esta quinta-feira (18/09), já foram registradas mais de 900 ocorrências de queimadas. Só entre a segunda-feira (15/09) e quarta-feira (17/09) foram 136 focos.
"Mesmo com o registro de 20% menos ocorrências no ano passado, durante a época da seca, setembro pode ultrapassar as 1.040 notificações do mesmo período de 2007", afirmou o chefe da Comunicação do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Maciel Nogueira. "Mas a destruição não se compara a do ano passado por conta da queimada no Parque Nacional em 2007, que consumiu mais de 10 mil hectares de vegetação", disse.
O tenente do 4º Batalhão de Incêndios Florestais, Herlânio Gonçalves, a época com grandes combates à incêndios está perto do fim. "A nossa expectativa é que as chamadas diminuam pela metade depois das primeiras chuvas", disse o tenente. "Combatemos 20 focos por dia e nossa equipe chega a utilizar 170 homens durante as 24 horas de trabalho", ressaltou.
A recuperação da vegetação destruída por incêndio leva de dois a cinco anos para se recompor, segundo informações dos Bombeiros. "Mas quem sofre mais é a população. Com os incêndios, a fumaça e o desequilíbrio ecológico são as principais conseqüências para o homem. Muitos animais procuram abrigo nas cidades e acabam trazendo epidemias como a leishmaniose ou a hantavirose", explicou o tenente-coronel Maciel Nogueira.
Segundo as estatísticas do Corpo de Bombeiros, o mês de novembro e dezembro já apresenta outra realidade. Em 2007 foram 70 focos somando os dois meses.
Depois das chuvas
Segundo o tenente-coronel Maciel, os homens que trabalham no combate aos incêndios florestais são utilizados, nos meses de chuva, para combater incêndios urbanos (em domicílios), resgate de acidentados e queda de árvores, em sua maioria.
"Mas, não podemos esquecer que os Bombeiros realizam mais de 300 tipos de atendimento. São salvamentos de perdidos em florestas, partos, busca com auxílio de cães por cadáveres ocultados, por exemplo, até coleta de leite materno em domicílio", afirma o chefe da Comunicação.
"Somos a única organização militar do mundo condecorada com o 'bombeiro amigo do peito' dado pela ONU pelo nosso programa de coleta de leite", acrescentou. "O nosso serviço é humanitário e um patrimônio de toda a comunidade", conclui.