postado em 19/09/2008 08:04
O comandante-geral da Polícia Militar, Antônio José Cerqueira, decide hoje a punição aos três oficiais que participaram do confronto entre a PM e foliões do bloco carnavalesco Galinho de Brasília em fevereiro deste ano. O corregedor, coronel Francisco das Chagas Maia, entrega ao comandante-geral o resultado da sindicância sobre o caso. Maia concluiu que houve transgressão disciplinar e pediu punição aos militares. Pelo regulamento da Polícia Militar, a pena pode variar de advertência à prisão. ;Quem decide é o comandante;, afirma o corregedor, que antecipa. ;Eles não tinham nada que comprometesse as fichas deles na PM.;
O episódio ocorreu por volta das 19h30 do dia 4 de fevereiro, segunda-feira de carnaval. Depois de fazer a festa na entrequadra da 203/204 Sul, a maior parte dos foliões do bloco Galinho de Brasília seguiu para o Gran Folia, na Esplanada dos Ministérios. Duas mil pessoas, entretanto, permaneceram no local e resolveram ligar um carro de som para continuar a dançar.
Incomodados, moradores de blocos vizinhos ligaram para a PM para reclamar do volume e pedir a retirada dos foliões. Uma guarnição foi enviada à quadra para desobstruir a rua. Entre as pessoas que se divertiam, muitas reagiram e atiraram garrafas, latas e pedaços de pau contra os policiais, que pediram o reforço do Batalhão de Operações Especiais. Os homens do Bope usaram spray de pimenta, bombas de efeito moral e balas de festim contra a população.
Ao fim da ação estavam feridas cerca de 20 pessoas, inclusive crianças e idosos. O caso teve muita repercussão e gerou um inquérito na Polícia Militar. O IPM concluiu que os oficiais não haviam cometido crime. A sindicância que sucedeu o inquérito decidiu que houve transgressão disciplinar.