Jornal Correio Braziliense

Cidades

TCU acusa ex-funcionários da UnB de desviar dinheiro de licenciados

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Uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) responsabiliza três ex-funcionários, um antigo prestador de serviço e uma servidora da Universidade de Brasília (UnB) pelo desvio de R$ 748.233,20 da folha de pagamento da instituição. O golpe teria sido aplicado entre abril de 1996 e janeiro de 2000, durante os mandatos dos reitores João Cláudio Todorov e Lauro Morhy. Os acusados serão chamados pelo tribunal a apresentar explicações sobre o caso e, se condenados, terão de devolver a quantia aos cofres públicos. São citados como participantes da fraude: Jesimiel de Jesus Santos, à época coordenador do Sistema de Informações de Pessoal da Secretaria de Recursos Humanos (SRH) da UnB, João Batista Borges da Silveira, Antônio Carlos de Oliveira, Marinalva Farias de Almeida e Alan Anderson Alves Borges, filho de João Batista. Segundo o TCU, eles substituíam os números das contas dos professores que estavam em licença sem rendimento por contas pessoais ou de terceiros, os chamados laranjas. Com exceção de Alan, que trabalhava como prestador de serviço, os demais envolvidos faziam parte do quadro de concursados da instituição. Escândalos O desvio na folha de pagamento é mais um escândalo envolvendo o mau uso de verbas públicas na UnB. No início deste ano, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) denunciou à Justiça diretores da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), acusados de provocar prejuízos de mais de R$ 100 milhões aos cofres públicos. A transferência de R$ 470 mil da fundação para mobiliar o apartamento funcional do então reitor Timothy Mulholland ganhou repercussão nacional. Mulholland renunciou em abril, após a ocupação da reitoria por estudantes. De acordo com o procurador do TCU Marinus Marsico, a quantia desviada ; apresentada na decisão do tribunal, de quarta-feira ; é o valor histórico e ainda deverá ser acrescida de correção e juros de mora, de cerca de 1% ao mês. ;O valor corrigido deverá chegar a quase R$ 2 milhões. Mas considero que era um golpe amador que poderia ter sido facilmente descoberto se a UnB fosse mais rigorosa no controle da contabilidade;, comentou. Demissões De acordo com representantes da UnB, os acusados pelo envolvimento no golpe foram demitidos em 2001, mas uma decisão da Justiça beneficiou a copeira Marinalva de Almeida. A mulher acabou readmitida pela instituição. Luiz Gonzaga Motta, secretário de Comunicação da UnB, esclarece que a universidade passou a tomar medidas mais severas para fiscalizar as contas. ;Aumentamos a fiscalização e realizamos auditorias constantemente para garantir que fraudes como essa não ocorram outra vez;, explicou. Motta espera que a universidade consiga recuperar o dinheiro desviado. ;Não acredito que eles conseguirão apresentar uma desculpa plausível para o caso porque o crime foi muito claro;, conta. Até o fechamento desta edição, a reportagem do Correio não havia conseguido localizar os advogados de defesa dos cinco acusados.