Cidades

Jogos ilegais fazem parte do dia-a-dia de Brasília

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postado em 21/09/2008 07:59

A Brasília da jogatina fora-da-lei se esconde em mansões do Lago Sul, suítes de hotéis, lojas e casas nas asas Sul e Norte e em cidades como Taguatinga. Há nove dias, a polícia estourou dois cassinos na 514 e na 714 Sul e desmascarou a ilegalidade que seduz ricos e pobres, homens e mulheres, jovens e adultos. As casas de jogos protegidas por muros altos, portões de ferro e seguranças armados abrigam gente que faz das apostas um negócio ou que viu o hábito de jogar se transformar em compulsão. Gente de bem e malandros, como eles mesmo se dividem, ocupam um ambiente em comum contaminado por trapaças, armações e muita exploração.

As casas mais badaladas estão no Lago Sul, onde salas de estar de empresários, médicos e servidores públicos viram cassinos movimentados durante a madrugada, todos os dias da semana. Homens e mulheres, a maioria com mais de 50 anos, sentam-se à mesa para ganhar ou, quase sempre, perder muito dinheiro com o jogo. Só entra na casa quem for convidado ou indicado por outro jogador. Para pôr a mão no baralho e nas fichas, o visitante precisa desembolsar pelo menos R$ 2 mil.

Os freqüentadores dos cassinos clandestinos têm medo de se identificar. Deixam claro que ;gente de bem; é maioria nesses locais. O temor fica por conta dos poucos ;malandros exploradores e perigosos;. Dois jogadores que conhecem a realidade do jogo no DF só toparam conversar com o Correio depois do acordo de não terem nome, idade ou profissão revelados. As casas do Lago Sul, segundo eles, funcionam há anos no mesmo lugar. ;Ninguém mexe porque tem muita gente forte lá, muita gente importante;, disse um deles.

Vício e sofrimento

O submundo da jogatina na capital federal foi sacudido no último dia 12, quando a Polícia Civil fechou dois tradicionais cassinos na Asa Sul. A soma dos cheques apreendidos com os 25 detidos ; entre eles um cabo da Polícia Militar, servidores do Congresso e do Banco Central ; chega a R$ 270 mil. ;Essas pessoas passaram dos limites e acabaram ficando sozinhas com o próprio vício;, afirmou a titular da 1; Delegacia de Polícia, Martha Vargas, que há uma semana colhe o depoimento dos envolvidos.

Os investigadores agora se concentram em descobrir detalhes da suposta lavagem de dinheiro praticada pelos donos das casas. ;O dinheiro do jogo alimenta outros crimes ou, no mínimo, enriquece pessoas que se aproveitam do vício alheio;, alertou a delegada.

Veja essa matéria completa na edição deste domingo do Correio Braziliense.

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