Cidades

Licitações para ciclovias atrasam obras em pelo menos um ano

;

postado em 22/09/2008 08:04
O GDF traçou como meta construir 600km de ciclovias em todo o Distrito Federal. Para honrar o compromisso, a equipe executiva terá de acelerar o passo. O cronograma de obras do Programa Cicloviário está atrasado. Em 27 de março de 2007, o secretário de Transportes, Alberto Fraga, anunciou que até o fim daquele ano seriam concluídos 117,9km de vias exclusivas para ciclistas, em sete regiões administrativas. Praticamente nove meses depois do prazo estipulado, menos da metade foi entregue. Secretário de Transportes, Alberto Fraga, fala sobre ciclovias no DF. Ouça: O problema, segundo ele, é a burocracia. Todas as obras precisam ser licitadas, e é comum haver impugnações dos editais. No entanto, segundo Fraga, em 15 dias, no máximo, começam as obras nos lagos Sul e Norte: 88,4km no total. O governo transformará o acostamento das estradas parques Dom Bosco (DF-025), Cabeça de Veado (DF-035), Juscelino Kubitschek (DF-027) e Península Norte em ciclofaixa. ;Com isso, totalizaremos 130 km de faixas para ciclistas até dezembro. É muita coisa;, defendeu Fraga. Ainda assim, o atraso chegará a um ano. Diferentemente de outras capitais, o DF tem a seu favor a topografia plana e as avenidas largas, destacou o professor de engenharia de tráfego da Universidade de Brasília (UnB) Paulo César Marques. Além de favorecer o uso da bicicleta, o governo pode optar por promover pequenas adaptações nas vias existentes e fazer o compartilhamento (pedestres e ciclistas). ;Com educação, pode-se conseguir a convivência harmoniosa e segura;, destacou. E o investimento deve ser feito independentemente da demanda que se apresenta. ;A insegurança, por exemplo, pode afastar usuários que, por medo da hostilidade, não pedalam;, completou. Além de ampliar o número de ciclovias, o desafio do governo local e de tantas outras cidades brasileiras é promover a integração delas com o sistema de transporte público. No Distrito Federal, das 21 estações de metrô, apenas oito têm bicicletários. Em Samambaia, a oferta de vagas é menor que a demanda. Nas demais, isso não ocorre. Mas, em todas, a falta de segurança e os furtos aterrorizam os usuários. O pedreiro Luismar Porcena de Jesus, 30 anos, chega às 5h30 à estação e, por isso, não tem problema para deixar a bicicleta. Em compensação, enfrenta a insegurança. ;É muito escuro por aqui. E bicicleta nova não dá para deixar porque o cara fica sem mesmo. A bandidagem usa tesouras para cortar a corrente ou leva os pneus e deixa só o quadro;, relatou. Na estação Terminal Ceilândia, a reclamação é a mesma. ;Minha mulher comprou a bicicleta na segunda e, na sexta, roubaram;, contou Welington Batista, 23 anos. O secretário de Transportes, Alberto Fraga, reconhece as deficiências do sistema, mas ressalta que até o ano passado não havia ciclovias no DF. Problemas como falta de iluminação e furtos nos bicicletários do metrô são fatos que espantam o usuário e precisam ser corrigidos. ;Temos de oferecer garantias ao ciclistas. Essas são questões que vamos discutir com os órgãos envolvidos para dar uma solução;, garantiu. Segundo Fraga, o governo já havia detectado a necessidade de campanhas educativas para que o pedestre não use a ciclovia, especialmente, em cidades como Samambaia e parte do Jardim Botânico, onde há calçada. ;Mas esta não será uma campanha isolada. Será para o projeto como um todo. E isso precisa de planejamento;, destacou. ;Agora, no Itapoã, o problema foi que os próprios moradores arrancaram os meios-fios para abrir passagem de carro. A Polícia Militar foi acionada para evitar novos danos;, concluiu. Exposição no metrô Está em cartaz no Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) a exposição fotográfica Bicicletas pelo Mundo ; Rodando o Brasil. São 44 painéis, cujas fotografias mostram a presença do ciclista como parte integrante e respeitada do sistema de transporte urbano. O Metrô-DF é parceiro do Ministério das Cidades nesta iniciativa, que faz parte da jornada Na cidade sem meu carro, promovida anualmente pela Secretaria de Mobilidade Urbana (SeMob), do governo federal. É um movimento internacional em defesa do meio ambiente e da qualidade de vida nas cidades. A primeira a receber a mostra é a Estação Galeria (Galeria dos Estados;Setor Comercial Sul), entre 18 de setembro e 15 de outubro. De 16 de outubro a 16 de novembro, a exposição estará na Estação Central (subsolo da Rodoviária Central de Brasília). Diariamente, cerca de 10 mil pessoas passam pela Estação Galeria e outras 15 mil pela Estação Central.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação