postado em 23/09/2008 08:14
A lei que instituiu a tolerância zero à mistura de álcool e direção não reduziu apenas a quantidade de mortes nas cidades brasileiras. Vidas também foram poupadas nas estradas, locais e nacionais. É o que mostra balanço divulgado ontem pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). As estatísticas referem-se aos três primeiros meses de vigência da lei seca e revelam uma redução de 25% nos acidentes de trânsito e 9% nas mortes nos 937 km das seis rodovias federais que cortam o DF. Em todo o Brasil, o número de acidentes caiu 8% e o de mortes, 6%. A comparação dos dados do DF é de 19 de junho a 21 de setembro de 2007 com o mesmo período em 2008. Ano passado, ocorreram 652 acidentes sem vítimas e com mortos e pessoas feridas. Depois que os agentes passaram a fiscalizar a ingestão de álcool por motoristas com mais rigor, porém, o número caiu para 483. As mortes também diminuíram: de 44 em 2007 para 40 em 2008. Além disso, menos pessoas se machucaram: o número de feridos caiu de 596 para 447 (um percentual de 25%). As operações da PRF nas rodovias que passam pelo DF começaram com um atraso de quase um mês porque os agentes passaram 48 dias em greve. Assim, a primeira blitz para flagrar motoristas embriagados ao volante foi feita em 18 de julho, em Valparaíso. ;Isso não fez muita diferença porque apertamos o cerco. Temos um carinho muito grande por essa lei. Ela foi feita baseada em dados que passávamos para o Ministério da Justiça todo feriado prolongado, que mostravam um aumento nos acidentes por causa, principalmente, da bebida;, disse o inspetor Dalvimar Lucas Barbosa, chefe da Comunicação Social da PRF no DF. Cada um dos seis postos de fiscalização da corporação no DF tem um bafômetro. Assim, as operações são feitas durante todo o dia, inclusive à tarde, para flagrar caminhoneiros que podem ter bebido enquanto almoçavam. Mas enquanto a polícia está atenta aos casos de motoristas que bebem e dirigem nas capitais brasileiras, as blitzes são ausentes em muitos dos municípios do país. ;Nossos aparelhos são até emprestados para a Polícia Militar no Entorno, quando necessário, pois eles não têm nenhum;, contou Barbosa. Dificuldade no interior A ausência de operações no interior do país, segundo a PRF, freou a tendência de queda dos acidentes depois da lei seca. Nos dois primeiros meses de vigor da legislação, houve uma redução de 13,6% nas ocorrências com mortes. Mas o percentual se reduziu para 8% quando computados os dados de setembro. Assim, foram 1.469 acidentes fatais nas rodovias federais entre 20 de junho e 20 de setembro de 2007 e 1.351 no mesmo período deste ano. Além disso, 1.808 pessoas morreram em 2007 e 1.697 nos mesmos três meses de 2008. Motoristas reprovados no bafômetro levam multa de R$ 957 e podem perder a carteira por um ano. Quem exagerar na dose de bebida vai preso. A PRF autuou 2.797 motoristas em todo o Brasil e prendeu outros 1.756 condutores em flagrante. Agora, depois de fechar o balanço, os inspetores vão mapear os estados onde ocorreram mais acidentes para fazer um monitoramento especial nesses pontos. ;É um sinal amarelo, mas a gente sabe que existe uma dificuldade de fiscalização em algumas cidades do interior do país. Alguns municípios sequer têm etilômetros. E o movimento deles acaba caindo nas rodovias;, afirmou o inspetor Jerry Adriane Dias Rodrigues, chefe da Divisão de Multas e Penalidades da PRF. De acordo com o inspetor, a PRF espera receber 2 mil bafômetros comprados pela Secretaria Nacional Antidrogas. A idéia é que cada viatura circule com um aparelho. Hoje, nos 400 postos da PRF em todo o Brasil, há 500 bafômetros. O número Menos vítimas 652 acidentes ocorreram nas rodovias federais que cortam o DF de 19 de junho a 21 de setembro de 2007 483 é o total de acidentes ocorridos no mesmo período de 2008 25% foi a queda registrada 44 pessoas morreram nos acidentes ocorridos de 19 de junho a 21 de setembro em 2007 40 é o número de mortes no mesmo período de 2008 9% foi a queda registrada