postado em 23/09/2008 18:41
Depois de quase quinze dias amarrado na carreta do Le Cirque, o elefante Chocolate foi transferido no final da tarde desta terça-feira (23/09) para sua nova casa. Adaptado pelo Zoológico de Brasília, o antigo lar do jacaré-açu (maior do Brasil) e do jabuti abrigará o novo morador. A transferência do animal começou por volta de 11h e durou mais de seis horas.
A demora, segundo a equipe do zoológico, foi porque eles não quiseram usar nenhum tipo de instrumento, nem forçar o animal a sair da carreta. Tudo foi feito usando comida para atrair o animal até o novo local. No processo, 15 funcionários do zôo utilizaram cerca de uma tonelada de frutas e verduras.
Desde sexta-feira a equipe espera o tratador do Le Cirque para ajudar na retirada do animal, mas como o funcionário do circo não apareceu, eles decidiram fazer sem sua presença.
Nova casa
A área de aproximadamente 1,2 mil metros quadrados, onde o elefante viverá, sofreu reforma para que o animal fosse melhor instalado e com segurança. A água foi trocada, um muro e um portal especial foram construídos, além de uma cerca elétrica. Segundo o diretor do Zôo, Raul Gonzáles, caso a Justiça decida pela permanência do animal no Zôo, o espaço ainda sofrerá algumas alterações.
O elefante Chocolate e o rinoceronte Thor chegaram a Brasília no dia 13 de setembro, após um professor de veterinária da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) ter apresentado relatório favorável à transferência dos bichos. O elefante estava com uma das patas machucada e, como o rinoceronte era seu acompanhante de carreta, ele teve que aguardar a melhora do companheiro.
Saúde
A pata machucada do Chocolate ainda não está sarada, pois se tornou um problema crônico. O elefante também está abaixo do peso ; cerca de uma tonelada e meia mais leve que os outros elefantes africanos do zoológico.
Memória
O Le Cirque teve o alvará de funcionamento revogado pelo Ministério Público em agosto quando se apresentava em Brasília, após uma vistoria do Ibama constatar que os animais eram vítimas de maus-tratos. Em 12 de agosto, fiscais do órgão apreenderam dois chimpanzés e um hipopótamo, que foram recuperados na Justiça pelo circo.
Um laudo detalhado que comprovava o mau tratamento e a Operação Arca de Noé foi preparada, pelo Ibama, para reaver os bichos. Antes, porém, os donos do Le Cirque ficaram sabendo da ação e fugiram com todos os animais na madrugada de 15 de agosto, mas as carretas foram interceptadas em Mato Grosso do Sul.