postado em 01/10/2008 12:54
Os professores decidiram na manhã desta quarta-feira (01/10) em assembléia-geral retomar as atividades nas 613 escolas da rede de ensino do Distrito Federal. A votação ocorreu em frente à sede do governo, em Taguatinga, e reuniu cerca de 4 mil docentes. O Sindicato dos Professores (Sinpro-DF) esperava a adesão de oito mil pessoas para a votação. Mas o endurecimento do governo enfraqueceu a mobilização e colaborou para o fim da greve de advertências. As aulas voltam ao normal já nesta quinta-feira (2/10). A próxima assembléia da categoria, com paralisação, está prevista para ocorrer no próximo dia 23 de outubro, quando serão avaliados os avanços nas negociações com a Secretaria de Educação.
A votação ocorreu sem grandes embates entre os professores, a grande maioria dos docentes decidiu pela suspensão da greve. O possível rompimento do canal de negociações com o governo foi um dos fatores que pesou na decisão.Além de enviar aviso expresso para cada regional de ensino, advertindo os professores, o governo divulgou nota oficial confirmando os riscos de comprometer o diálogo com a permanência da greve.
O diretor do Sinpro, Antônio Lisboa, acredita que a paralisação da categoria cumpriu o planejado. Para ele, o ato serviu advertir a Secretaria de Educação em apressar as negociações. ;Nós demos o nosso recado. Mas decidimos mais uma vez em favor da comunidade ao invés de parar as atividades a mais do que o tempo previsto. Mas poderemos fazer outra greve de advertência caso as negociações não sigam adiante;, disse.
Rebate
Mesmo com o fim da greve, o governo não economizou palavras para questionar o movimento organizado pelo Sinpro-DF. O secretário de educação, José Luiz Valente, classificou a paralisação como irresponsável e disse que o diálogo permanecerá da mesma forma. ;Não tinha o menor motivo essa greve. As negociações seguiam normal e assim continuarão. O caminho para o diálogo com o governo não é esse;, avaliou Valente. Até o momento, não há reunião agendada entre o Sinpro-DF e a Secretaria de Educação.
O compromisso do governo em penalizar os grevistas será mantido. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Educação, os professores que deixaram de comparecer às aulas nesta terça e quarta-feira terão o ponto cortado na folha de pagamento. A relação deverá ser enviada até o fim desta semana com os dados de todas as regionais de ensino para a secretaria.
O governo adiantou que manterá o endurecimento caso os professores decidam fazer uma nova paralisação. ;A lei determina o corte no porto dos professores grevistas. E assim será feito se preciso novamente. O fim do ano está aí e não podemos admitir novas paradas no calendário. Portanto, seremos rigorosos;, adiantou o secretário valente.
Os professores, no entanto, afirmam que só irão repôr as aulas perdidas caso pagamento seja negociado com o governo.