Cidades

Banheiros públicos não têm forro para assentos

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postado em 04/10/2008 08:04
Na hora do aperto, o brasiliense tem onde se aliviar. Pelo menos em locais movimentados como o Parque da Cidade e a Rodoviária, no Plano Piloto; a Praça do Relógio, no centro de Taguatinga, ou shopping centers. Todos têm banheiros com estrutura quase completa. A reportagem do Correio visitou alguns para conferir o cumprimento da Lei Distrital n; 3.067/02, que determina o que os sanitários devem oferecer. O maior problema, segundo administradores, são usuários que depredam e sujam os locais.

A lei estabelece que todos os banheiros de uso público precisam ter, além de papel higiênico e sabonete líquido, assentos com acessórios higienizados ; forros descartáveis para evitar que a pessoa encoste diretamente no vaso sanitário ; e cabides para roupas e sacolas (leia O que diz a lei). Em nenhum dos lugares visitados, havia esses dois últimos equipamentos. Em relação aos cabides, apenas o Park Shopping apresenta uma solução que, segundo a assessoria de imprensa, é compatível com o exigido. Acima dos vasos e mictórios, foram instaladas prateleiras onde pode-se apoiar sacolas e pertences pessoais. O único item ausente era a proteção descartável para o assento.

Na Praça do Relógio, havia papel higiênico, embora na cabine para pessoas com deficiência física, o rolo estivesse no chão. O que mais chamou a atenção foram os recipientes de sabonete líquido vazios. Segundo o funcionário que cuida do WC, Luciano Souza, o produto não está mais disponível porque muitas pessoas utilizavam as pias para lavar roupas. Segundo ele, o papel higiênico e as toalhas de papel para enxugar as mãos são repostos várias vezes ao dia. ;Temos que colocar aos poucos, do contrário levam embora;, disse. ;A toalha de papel, então, tem gente que fica puxando como se fosse cordão de pipa.; Por volta do meio-dia de ontem, o piso em frente à pia estava molhado e cheio de marcas de sapato. ;É água que respinga da pia. Limpo o dia inteiro;, contou Luciano. O gari Robert Reis Almeida, 30 anos, trabalha no centro de Taguatinga e sempre usa o banheiro da Praça do Relógio. ;O local é limpo, mas eu nunca tinha ouvido falar em forro descartável para o assento. Seria bom se tivesse;, afirmou.

;Levam tudo;
Questionado sobre o forro descartável para os assentos, o administrador de Taguatinga, Benedito Domingos, reconheceu que é um item da lei difícil de ser cumprido. ;As pessoas levam tudo;, afirmou. Ele contou que o banheiro foi construído no ano passado a pedido da comunidade e fica aberto das 6h às 22h. ;Antes, muita gente ia à administração, localizada na mesma praça, pedir para usar os toaletes;, disse. Domingos assegurou que vai ordenar a empresa contratada para repor o papel toalha mais vezes por dia. ;Sobre o sabonete, vou sugerir que sejam oferecidos em barra, presos a um cordão para não serem roubados.;

No Parque da Cidade, nem saboneteira ou papel higiênico há. Os banheiros foram reformados recentemente e estão em boas condições de uso. Segundo a administradora do parque, Joseni Ferreira, foram instaladas torneiras de metal com temporizadores. Depois, o material foi substituído por plástico. ;É complicado, as pessoas quebram ou levam embora;, lamentou. Na Rodoviária do Plano Piloto, o maior problema é a falta de forro no teto do banheiro feminino da plataforma inferior. O GDF já anunciou uma ampla reforma no terminal que vai incluir todos os sanitários.

O QUE DIZ A LEI
A Lei Distrital n; 3.067, de 29 de agosto de 2002, determina que estabelecimentos comerciais, casas de diversões, de espetáculos, clínicas, terminais aéreos, rodoviários, clubes, ferroviárias, estações do metrô, repartições públicas, shoppings, cinemas e demais entidades, serviços públicos e privados, com acesso público e semicoletivo, mantenham sanitários para sua clientela, observadas as regras de limpeza e higiene. Os banheiros devem ter acessórios higienizados para vasos (papel ou plástico para cobrir o assento), papel higiênico, sabonete líquido, cabides, espelhos e toalhas de papel. Usuários insatisfeitos podem recorrer ao Cógido de Defesa do Consumidor.

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