Cidades

Três testemunhas já foram ouvidas na audiência pela morte do professor no Lago Oeste

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postado em 24/10/2008 13:06
O Tribunal do Júri de Sobradinho ouve desde o início desta manhã os quatro acusados de matar o diretor do Centro de Ensino Fundamental Lago Oeste (CEF-LO), Carlos Ramos Mota, 44 anos. Na audiência, o juiz Daniel Mesquita Guerra decidirá se Gilson de Oliveira, 31, Carlos Lima do Nascimento, Benedito Alexandre do Nascimento (ambos ex-alunos da escola) e Alessandro José de Sousa serão encaminhados a júri popular. Até o momento, três das 17 testemunhas de defesa já foram ouvidas. Além delas, prestarão declarações seis testemunhas de acusação e os quatro acusados ; um total de 23 pessoas. Por conta do grande número de envolvidos, a audiência acontece no plenário. A primeira testemunha chamada a prestar depoimento, às 9h, foi a filha do dono do bar onde, segundo a defesa, os acusados se encontraram para tramar o crime. Segundo a moça, que reconheceu os acusados, principalmente Gilson de Oliveira, os rapazes chegaram ao bar no começo da noite. Até 12h15 somente três testemunhas de defesa haviam sido ouvidas. Caso a defesa não consiga comprovar a materialidade do crime, o juiz Daniel Mesquita Guerra pode encerrar o processo até que surjam novas provas, ou ainda absolver os rapazes. No entanto, outra alternativa é que o juiz decida encaminhar os acusados para serem julgados por júri popular. O advogado-assistente da acusação, Sérgio Viana, declara que o grande argumento é a causa da morte do professor. Segundo Viana, o que motivou os rapazes ao crime foi o combate ao tráfico de drogas por parte da vítima. A mãe do professor, Irma Ramos Mota, 70 anos, acompanha a audiência e torce pela condenação dos acusados pela morte do filho. ;A gente espera que eles apodreçam na cadeia;. A esposa de Carlos Mota também está no Tribunal e afirma: ;Que os jurados que participarem desse júri tenham convicção de que não são quatro acusados, mas quatro assassinos;. Na escola em que Carlos lecionava, no Lago Oeste, os professores fazem vigília e há uma faixa preta do lado de fora em sinal de luto. Histórico A prisão dos quatro envolvidos ocorreu com mandado expedido pela Justiça. O suposto mandante do crime, Gilson Oliveira, foi o único a negar envolvimento. Os outros três admitiram a participação. Todos responderão por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e sem defesa para a vítima. Se condenados, podem pegar de 12 a 30 anos de prisão. Segundo suspeitas da família do diretor, o assassinato ocorreu depois que Carlos Ramos sofreu represália por denunciar o tráfico de drogas nas imediações e dentro da escola que dirigia. Hoje, o CEF-LO leva o nome do educador.

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