Cidades

Polícia prende falso vendedor de assinaturas

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postado em 28/10/2008 08:36
A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu um homem que se passava por funcionário do Correio Braziliense e aplicava o golpe da renovação de assinaturas em igrejas de Brasília. Walter Lins dos Santos, 45 anos, que se apresentava Carlos, oferecia, por telefone, uma proposta atraente para a renovação de assinatura do jornal e depois buscava o dinheiro pessoalmente. O estelionatário ainda prometia um CD do padre Marcelo Rossi ou do padre Zezinho ; brinde que nunca era entregue. No DF, pelo menos cinco pessoas caíram no golpe. Jornais do Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais e Goiás também foram vítimas de Walter. O homem não tinha endereço fixo e vivia do estelionato havia cinco anos. Ganhava, de acordo com a polícia, cerca de R$ 5 mil por mês. O Correio descobriu a farsa após ser procurado por assinantes que suspeitaram da postura de Walter. Agentes da 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro) foram avisados e, no último dia 16, o homem acabou preso em flagrante quando chegava a uma igreja da Ceilândia para receber o dinheiro. A cada golpe, Walter faturava de R$ 300 a R$ 500. Ele mesmo fazia os recibos falsos entregues às vítimas. Com o estelionatário, a polícia apreendeu mídias contendo modelos de recibos de diversos jornais do país. Walter está preso no Centro de Detenção Provisória da Papuda, onde aguardará o julgamento pelos crimes de estelionato e falsidade ideológica. Se condenado, poderá pegar até 10 anos de cadeuia. Walter é casado e tem uma filha de 12 anos. Disse à polícia que tentou a vida como vendedor de equipamentos agrícolas e odontológicos, mas encontrou no golpe um jeito mais fácil de ganhar dinheiro. Ele agia sozinho, segundo as investigações. Estava sempre bem vestido e hospedava-se nos melhores hotéis das cidades. ;Trata-se de um homem que se comunica muito bem e é muito criativo;, comentou o delegado Aluizio de Carvalho, chefe da 3ª DP. Um comunicado da prisão de Walter será enviado às delegacias das cidades onde ele também agia. As vítimas não conseguirão reaver o dinheiro dado ao estelionatário. ;Ele já gastou tudo;, justificou Carvalho. Estratégia As igrejas eram o alvo escolhido porque, de acordo com o que Walter disse à polícia, ;lá as pessoas acreditam mais nas outras;. Assim que chegava às cidades, o acusado fazia uma lista dos telefones das paróquias e começava o trabalho. Ligava, perguntava qual jornal a igreja assinava e dava início à venda. Oferecia um ano de assinatura por um preço abaixo do mercado, além de três meses gratuitos e o CD religioso como brinde. Na hora de acertar o pagamento, descartava a possibilidade de boleto bancário ou débito automático. Usava falhas técnicas como argumento ou, recentemente, a greve dos bancos. Walter comunicava que um funcionário do jornal iria buscar o dinheiro, mas, na verdade, o emissário era ele mesmo. O recibo apresentado, apesar do endereço certo do Correio, trazia CNPJ e telefone errados. O Correio esclarece que a renovação da assinatura é informada por meio de carta enviada às residências dos assinantes. O documento detalha as formas de pagamento ; débito em conta, cartão ou boleto bancário. O jornal não trabalha com a distribuição de brindes nos casos de renovação de assinatura. Qualquer dúvida ou suspeita pode ser comunicada pela Central de Atendimento do Assinante, cujo telefone é (61) 3342-1111.

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