Cidades

Sindicato afirma que aprovação da CMT não influencia na greve

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postado em 29/10/2008 12:26
O Sindicato dos servidores do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Sindetran-DF) garante que a criação da Companhia Metropolitana de Trânsito (CMT), aprovada em segundo turno no fim da tarde desta terça-feira (28/10), não acarreta em nenhuma mudança na greve. Segundo o presidente do Sindicato, José Alves Bezerra, o Governo do Distrito Federal (GDF) ameaçava, há mais de um ano, os servidores com a criação do novo órgão. ;Era a forma de nos chantagear para que não entrássemos em greve;. Para o GDF, a alegação de Bezerra é mais uma forma de atrair as atenções para a greve. ;Desde o início do governo, o Arruda já tinha prometido criar a CMT. O Délio Cardoso (diretor do Detran) vem trabalhando nesse projeto há muito tempo;, destaca o assessor do governo Paulo Pestana. Ele explica que a nova Companhia não é uma criação, mas uma cópia do que aconteceu em São Paulo. ;Lá foi criada uma companhia fiscalizadora com as mesmas características da CMT, que deu certo. Só estamos trazendo para cá;. José Alves Bezerra alega a inconstitucionalidade da lei que cria a CMT e afirma que, assim que o governador José Roberto Arruda sancioná-la, o sindicato entrará com uma ação no Ministério Público. ;Não cabe aos Estados legislar sobre o trânsito, mas à União. Além disso, o Código de Trânsito determina que cada Estado tenha seu órgão de trânsito, não permitindo que dois órgão exerçam esse papel;. O GDF contesta a afirmação e alega que a CMT não é um órgão de trânsito, apenas de fiscalização. Além desses motivos, o presidente do Sindetran ressalta também que o fiscal da Companhia terá papel limitado. ;Ele não poderá abordar motoristas, por exemplo. Terão o poder apenas de aplicar multas em estacionamentos;. O GDF confirma que os fiscais da Companhia não terão poder de polícia. ;Eles não farão blitz, mas poderão flagrar irregularidades nas ruas;, destaca o assessor do GDF. De acordo com Bezerra, a greve continua, e com força. ;A greve tem gás para sobreviver por ainda por duas semanas, no mínimo;. Ele destaca que caso o governo não atenda a chamada e negocie com os servidores, há chances de 100% dos serviços pararem novamente. ;Caso o diálogo não seja restabelecido, iremos endurecer a greve. Mas isso não tem nada a ver com a criação da CMT, mas sim com a intransigência do governador;. Os dois lados continuam irredutíveis. O GDF descarta a possibilidade de negociação enquanto a greve persistir. ;O governador já havia dito, desde o início, que nem senta na mesa para discutir enquanto houver serviço paralisados;, diz o assessor do GDF, Paulo Pestana. Atendimentos As unidades do Detran continuam com 40% dos servidores trabalhando. Segundo informações da diretoria do Departamento de Trânsito, o movimento continua intenso e os atendimentos lentos. A diretoria destaca que a unidade do Setor de Industria e Abastecimento (SIA) está lotada e volta a pedir à população que só recorra ao Detran em casos de urgência.

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