Jornal Correio Braziliense

Cidades

Hóspedes do Hotel das Nações reclamam de roubo dentro de quartos

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Dez pessoas hospedadas em cinco quartos do Hotel das Nações, no Setor Hoteleiro Sul, prestaram queixa à polícia na noite desta quarta-feira (29/10). Eles denunciaram que tiveram vários objetos pessoais roubados dos quartos enquanto estavam fora do hotel. Segundo os hóspedes, os ladrões agiram depois das 15h, quando todos estavam participando de pelo menos dois eventos na Esplanada dos Ministérios. Eles passaram a tarde toda fora e, ao retornarem ao hotel por volta das 19h, perceberam que os apartamentos tinham sido alvo de ladrões. No apartamento do presidente do Sindicato dos Vigilantes de Campinas (SP), Geizo Araújo de Souza, foram furtados dois notebooks, medicamentos cardiológicos e R$ 3 mil em espécie. Além do prejuízo material, ele contou que num dos computadores está o conteúdo de uma palestra que dará na noite desta quinta-feira. "Ainda bem que tenho o conteúdo na cabeça", disse. Geizo veio a Brasília para uma manifestação da categoria no Congresso Nacional. A professora Valéria Rodrigues de Souza Porto, de Taboão da Serra (SP), também teve objetos furtados pelos bandidos. "Levaram um par de brincos e um anel de ouro que ganhei da minha sogra que já faleceu", lamentou. Além das jóias, os ladrões ficaram com um celular, roupas, perfumes e outros objetos de Valéria e da colega com quem dividiu o quarto. Elas estavam em Brasília para receber o Prêmio Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, entregue na tarde desta quarta-feira pelo vice-presidente da República, José Alencar. "Além de não conseguirmos ver o presidente Lula, que está viajando, ainda tivemos que passar pelo vexame de sermos roubados no hotel", disse Valéria. Além do furto, os hóspedes reclamaram do tratamento que receberam da gerência do Hotel das Nações. Segundo Geizo, o gerente foi chamado, mas não apareceu para atendê-lo. Para o grupo de professoras, o responsável pelo hotel, identificado apenas como Mamede, disse que o estabelecimento não se responsabilizará pelos prejuízos. "Ele disse que deixamos as portas dos quartos abertas. Como, se entregamos as chaves na portaria e os furtos ocorreram com pessoas de dois grupos diferentes em cinco quartos distribuídos em quatro andares?", reclamou a professora Valéria. "Saímos daqui com uma péssima impressão da cidade", disse. O grupo de Taboão da Serra, que viajaria às 21h, estava na 5ª Delegacia de Polícia registrando a queixa por volta das 22h20 e voltaria para o interior paulista ainda na noite desta quarta. A gerência do Hotel das Nações não quis conversar com a reportagem do Correio. Na portaria do hotel, apenas informaram que Mamede só atenderia na quinta-feira depois das 8h. O delegado de plantão da 5ª DP, Celízio Espíndola, disse que furtos em hotéis têm sido freqüentes na capital federal. Ele pediu que a perícia faça o levantamento das digitais nos quartos para que o autor seja identificado. "Infelizmente, o estabelecimento não tem circuito interno de segurança. As imagens poderiam ajudar a elucidar essa ocorrência", completou. Segundo o delegado, não há relação entre o caso do Hotel das Nações e o furto sofrido pela seleção argentina de futsal, em setembro, às vésperas da Copa do Mundo realizada em Brasília. Os atletas e a comissão técnica estavam hospedados no Hotel Manhatan e tiveram passaportes e vários objetos furtados. Os documentos foram recuperados poucos dias depois. "Naquele caso, alguém que se passou por jornalista se infiltrou no grupo. No caso do Hotel das Nações, é nítido que ele teve informações de dentro do hotel", afirmou.