Cidades

Professora nega ter incentivado agressão de criança

;

postado em 30/10/2008 15:40
A professora acusada de incentivar a agressão contra uma criança de cinco anos na Escola Classe nº 56, no Setor O, negou veementemente a versão apresentada pela mãe da criança. Ela sustenta que segurou, sim, o garoto pelos braços, mas, apenas para separar a briga;. Segundo ela, ao tentar apartar as agressões, viu uma das crianças dar um tapa no rosto do colega. O episódio ocorreu por volta das 10 h da última terça-feira (28/10). A professora relatou que havia levado as meninas ao banheiro para escovarem os dentes e organizava a fila dos meninos para fazer o mesmo. ;O aluno começou a simular uma luta com um dos colegas. Decidi deixá-lo na sala com as meninas. Quando retornei com as outras crianças, percebi que ele brigava com as meninas e outros garotos tinham entrado na confusão;, relatou. A primeira reação de Elizabeth Barros foi a de segurar o menino. ;Ele estava de costas para a porta. Era o mais alto e forte da turma e também o que estava mais agitado. Segurei os braços dele para trás e o puxei para afastá-lo do grupo. Ele continuou se debatendo, dando chutes em todo mundo. Os colegas revidavam as agressões. Vi quando um deles deu um tapa no rosto dele;, confirmou. Depois de acabar com a briga, Elizabeth colocou no castigo o garoto que bateu no rosto do menino enquanto ela tentava separar a briga. ;Ele ficou sentado numa mesinha ao lado da minha, separado das outras crianças;, disse. Já o menino que começou a confusão, foi levado para a sala de outra professora até que se acalmasse. Elizabeth afirmou que preferiu não relatar o caso à direção para evitar novo registro de agressão por parte do garoto no livro de ocorrência. Segundo ela, o menino já havia se envolvido em outras brigas. ;Tentei preservar ele, pois sabia que se fizesse o comunicado ele poderia ser suspenso;, justificou. Um grupo de psicólogos deverá acompanhar a turma durante os próximos dias para evitar novos desentendimentos. Sindicância Procurado pela reportagem do CorreioBraziliense.com.br, o secretário de Educação, José Luiz Valente, avaliou com cautela o episódio. Segundo ele, somente a sindicância poderá tirar a conclusão final sobre a briga. Ao contrário do que ele informou ontem ao Correio, o contrato de Elizabeth não foi cancelado. A docente está suspensa das atividades até que a sindicância apure os fatos. O processo instaurado na Regional de Ensino também deverá ouvir os outros pais que sustentaram a versão apresentada pela mãe da criança. Três famílias haviam sido procuradas e mantiveram a versão que acusa a professora. Além da sindicância, corre também um inquérito na 24ª Delegacia de Polícia (Setor O). A docente é investigada por maus tratos. Caso condenada, poderá pegar até dois anos de detenção. Manual do professor A Secretaria de Educação resolveu antecipar o lançamento de um manual de conduta dos alunos e professores após a divulgação do episódio. A iniciativa busca fornecer orientações sobre como proceder quando ocorrerem situações de violência no contexto escolar e apresentar propostas de ações pedagógicas para prevenir a violência nas escolas. O lançamento ocorre nesta tarde, às 17h, na sede do governo, em Taguatinga. Ouça o áudio: secretário José Luiz Valente defende cancelamento de contrato

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação