Cidades

Leitura em braille amplia mundo de alunos cegos

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postado em 31/10/2008 08:30
As histórias dos 14 finalistas do prêmio Mãos da Cidadania, que homenageará projetos sociais realizados no DF, serão contadas a partir de hoje pelo Correio. O projeto Luz & Autor em Braille, um dos três trabalhos escolhidos na categoria educação, atua há 13 anos estimulando a leitura entre deficientes visuais. Ele está na corrida pelo prêmio, que terá cinco vencedores eleitos pelo público. A votação popular começa amanhã, exclusivamente pela Internet, no site www.maosdacidadania.com.br. O internauta tem até dia 12 para fazer a opção entre os concorrentes. No Luz & Autor em Braille, um grupo de voluntários leva textos produzidos por escritores brasilienses para os cegos que visitam a Biblioteca Dorina Nowill, em Taguatinga. As palavras são impressas em Braille ; escrita com pontos em relevo no papel, ;lidos; com os dedos ; ou gravadas em fitas de áudio. A partir do material adaptado, os leitores estudam o autor preferido e produzem redações inspiradas no que acabaram de conhecer. Fome de livros Uma vez por ano, deficientes visuais e escritores se reúnem para recitar os textos criados ao longo dos meses. ;Eles têm sede de leitura. Na hora de se apresentar, um serve de motivação para o outro;, explicou a idealizadora do projeto, Dinorá Couto. O projeto Luz & Autor já deu origem a uma oficina de poesia e um livro, publicado em 2001 com 83 trabalhos feitos pelos deficientes. Os cegos conheceram dezenas de autores locais, como Antônio Miranda, Regina Célia e Joanir de Oliveira. Os amigos Bruno Gomes, 19 anos, e Gislâine dos Reis Macedo, 17 anos, são alguns dos mais novos freqüentadores da biblioteca. Os dois lêem em Braille e usam o espaço para descobrir novidades da literatura. ;Aprendi o braille em um mês e já dei aula para outras pessoas. Aqui ajudo quem tem dúvidas;, explicou. A menina perdeu completamente a visão em 2004, depois de um descolamento de retina, mas não perdeu o ânimo para estudar. Prêmio ;Uso uma máquina emprestada do colégio para escrever em braille e costumo ler nas bibliotecas;, disse Gislâine. A biblioteca conta com o apoio de voluntários e doações. Eles precisam de computadores, aparelhos de som e ajuda para o lanche de pessoas com necessidades especiais que muitas vezes vêm de longe para ler. O local fica aberto de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 17h. O prêmio é realizado com o apoio do Banco do Brasil, Claro, Centro Universitário UniCeub e GDF. Nos próximos 12 dias, o Correio divulgará os outros projetos concorrentes ao Mãos da Cidadania. Os nomes dos cinco vencedores serão conhecidos em uma festa no Naoum Plaza Hotel em 20 de novembro. No dia seguinte, um suplemento especial sobre o prêmio será encartado no jornal.

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