postado em 03/11/2008 14:09
A Vara da Infância e Juventude deve receber na tarde desta segunda-feira (3/11) o pedido de mudança de guarda da criança de quatro anos que teria sido agredida pela mãe. Segundo o Conselho Tutelar do Paranoá, o relatório sobre o episódio ; ocorrido na última sexta-feira (31/10) no Condomínio Del Lago, no Itapoã ; irá detalhar os traumas causados na criança. A mãe da vítima permanece presa e admitiu que teria batido na filha, mas apenas de cinto e há uma semana. A decisão final em colocar a criança sob os cuidados de outro familiar ou um abrigo do governo será tomada por um juiz da Vara.
Segundo a conselheira tutelar Ivonete Barbosa, a criança apresenta quadro estável e foi transferida nesta manhã para o setor de neurologia do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF). ;Ela está fora de risco e já conversa com as pessoas. Mas ainda está muito abalada;, disse. Sobre a mudança de guarda da vítima, a conselheira é enfática. ;Essa criança está com a mãe presa. É mais do que necessário definir uma nova guarda e evitar um trauma ainda maior;, avalia.
A mãe da vítima é manicure, de 23 anos, e está presa desde a noite da última sexta-feira (31/10), quando chegou ao HBDF com a filha machucada e respirando com a ajuda de um balão de oxigênio. Ela acabou indiciada por lesão corporal grave. No entanto, alega que a filha tinha levado uma queda em casa.O marido dela, padeiro desempregado, 24, se apresentou à 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá). Ele é padrasto da vítima e não ficou detido.
O inquérito instaurado na 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá) está previsto inicialmente para durar dez dias. Segundo o delegado adjunto, Pablo Aguiar, um grupo de trabalho foi montado e vai apurar se os vizinhos têm conhecimento de outros casos de violência na casa. Para a investigação, as suspeitas são grandes. ;A mãe foi presa em flagrante. Isso já é um grande indício que havia de alguma violência na casa. Mas só a investigação poderá confirmar a suspeita;, avalia. A delegacia também deverá encaminhar esta semana um agente de polícia ao HBDF para tentar colher um depoimento da criança. O pedido será feito para a Delegacia de Proteção à criança e o Adolescente (DPCA).
Familiares
Duas tias da criança teriam se apresentado nesta manhã no hospital dispostas a cuidarem da sobrinha. Mesmo a vítima tendo demonstrado laços afetivos, a mudança de guarda só poderá ocorrer após a decisão da Vara da Infância e Juventude. Enquanto a decisão não for tomada, a criança deverá ficar acompanhada do Conselho Tutelar a uma assistente social do governo.