Jornal Correio Braziliense

Cidades

Emprego sem direitos aumenta no Distrito Federal

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O número de contratados sem carteira assinada para profissionais de nível superior aumentou no Distrito Federal. De acordo com um estudo da Universidade de Brasília (UnB), de 1992 a 2006 as contratações desse tipo passaram de 26% para 31% do total. Ou seja, segundo dados mais recentes, um em cada três trabalhadores do DF atuam sem vínculo formal com o patrão. Se enquadram nessa conta todas as chamadas contratações flexibilizadas, que incluem: estagiários, autônomos, freelancers, consultores, pessoas jurídicas, pseudos-sócios e cooperados, mas que na verdade, trabalham como os funcionários formais da empresa. A autora da pesquisa, Tânia Ludmila Dias Tosta, destaca que essa relação de trabalho é prejudicial à população, já que sem o registro em carteira, o contratado fica sem ter garantias previstas em lei, como 13º salário, férias, auxílio doença, licença a maternidade, entre outros. A socióloga Tânia Ludmila explica que as empresas persistem em realizar os contratos flexíveis para reduzir os custos com encargos trabalhistas e sociais. Com isso, acabam por incentivar o não comprometimento com o trabalhador. A pesquisadora critica esse tipo de contratação. "Muitas vezes as empresas contratam estagiários, pessoas jurídicas, por exemplo, mas, na verdade, eles estão querendo contratar um empregado. Eles têm uma relação de subordinação. Então a empresa tem que contratar como empregado", ressalta. Segundo a pesquisa da UnB, ao contrário do que se verificou no DF, em outras regiões metropolitanas como Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo, a tendência de contratação sem carteira assinada é de estabilidade ou queda.