Cidades

Morre em Brasília Geraldo Seabra, astrólogo e jornalista

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postado em 08/11/2008 08:30
;Quando eu morrer, não quero choro, nem vela. Quero uma fita amarela, gravada com o nome dela;. Os versos do samba Fita Amarela, de Noel Rosa, marcaram a última homenagem ao jornalista e astrólogo Geraldo de Farias Seabra, 85 anos. Conhecido como ;o Mago;, ele morreu às 10h30 de ontem no Hospital Daher, no Lago Sul, vítima de falência múltipla dos órgãos, conseqüência de uma pneumonia. À tarde, cerca de 300 pessoas, entre familiares, amigos e alunos, foram ao cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, se despedir de Seabra, com versos de um dos principais sambistas brasileiros. A opção pela música no lugar das tradicionais palavras do padre foi uma escolha do próprio Geraldo. ;Ele pediu que cantássemos. E assim fizemos;, disse um dos filhos dele, o também jornalista José Seabra, 56 anos. O ;Mago; deixa a viúva, Madalena, 83, sua grande paixão e cúmplice ao longo dos últimos 62 anos. O casal construiu uma grande família: 10 filhos, 36 netos e 15 bisnetos. ;Meu pai foi uma grande personalidade, sempre família, e vai deixar muitas saudades para todos que conviveram com ele;, comentou José Seabra. Nascido em Recife (PE), em junho de 1923, Geraldo Seabra chegou a Brasília no início da década de 60, quando a cidade planejada começava a tomar forma. Ele veio para assumir a direção da sucursal do jornal Última Hora. Durante a década de 70, Seabra chefiou a redação do Correio Braziliense, onde fez grandes amigos. ;Não tinha tempo ruim para ele. Estava sempre de alto-astral. Sempre falava da esposa, era muito apaixonado por ela;, lembrou o fotógrafo do Correio, Adauto Cruz, 35 anos de jornal. Durante a carreira de jornalista, ele ainda passou por outros veículos, como o jornal Folha de São Paulo e o Diário de Pernambuco, mas abandonou a profissão após perseguição durante a ditadura. E o então jornalista passou a se dedicar a outra paixão, a astrologia. Geraldo Seabra fundou o ;Colégio dos Magos de Brasília; e lançou o livro O Portal da Magia, referência no estudo do ocultismo. Internado desde o último 28, por causa de uma pneumonia, Geraldo faleceu na Unidade de Terapia Intensivo (UTI) do Hospital Daher. ;Para ser mago, é preciso ter fé. Mas fé coerente. Ele sempre ensinou isso. Mas um Mago de verdade pode, com seus conhecimentos, resolver problemas, angariar simpatias e alcançar o sucesso;, dizia uma homenagem feita a Geraldo no site www.notibras.com.br.

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